Estrela do time, Paulo Henrique Ganso vive o pior momento com a camisa do Fluminense. No último domingo, na derrota para o Flamengo, o meia foi vaiado pelo segundo jogo seguido pela torcida, o que expôs o ambiente de frustração dos tricolores com o principal reforço do clube para a temporada.
Contratado no fim de janeiro, o camisa 10 virou esperança do torcedor por dias melhores. Ganso foi visto com expectativa pelo talento e pela experiência de quem passou pela seleção brasileira. Em campo, o meia ainda não se tornou o herói que o torcedor esperava.
Pouco poder de decisão
No 2 a 0 para o Flamengo, Ganso fez o jogo de número 40 pelo Fluminense. O camisa 10 marcou cinco gols e deu uma assistências desde o início da temporada. A média é de uma bola na rede a cada 713 minutos – ou oito partidas. Os números são do Espião Estatístico do GloboEsporte.com.
Contra o Fla, Ganso fez outra partida apagada — Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC
O momento delicado passa pela quebra de expectativa dos tricolores. Ou pela esperança de ver um Ganso que apareceu para o futebol brasileiro há 10 anos. Desde então, o meia passou por outros três clubes e fez funções diferente. De camisa 10, virou mais armador e até volante em algumas ocasiões. No próprio Fluminense, ele aparece bastante no campo de defesa e joga atrás de outro meia mais ofensivo, Nenê.
Por isso, o jogador protestou contra a pecha de que corre pouco ou é frouxo na marcação. Em entrevista ao Esporte Espetacular, lembrou das obrigações defensivas e do número de roubadas de bola, que está entre as melhores do time. O meia desarmou mais do que alguns companheiros de defesa, como Digão e Frazan.
Liderança e respeito do grupo
Se o rendimento não é o espero, Ganso assumiu o papel de líder do Fluminense. Pelo peso do nome, o jogador já era visto como referência pelas arquibancadas. Dentro do elenco, o meia é respeitado pela liderança não só técnica. Na ausência de Digão, desfila com a braçadeira de capitão do time. No entanto, episódios recentes mancharam a imagem do atleta, ao menos dos portões do clube para fora.
O principal deles, é claro, foi a briga com Oswaldo de Oliveira no jogo entre Fluminense e Santos. Pela insatisfação com o treinador, boa parte da torcida deu razão a Ganso no primeiro momento, mas a paciência com o meia diminuiu nos duelos seguintes. Outro incidente que não pegou bem foi a discussão com João Pedro no confronto diante do Cruzeiro.
Parte da torcida contesta Ganso e Nenê juntos no time — Foto: André Durão
O momento ruim faz a titularidade do meia ser contestada. Nas redes sociais, tricolores debatem se o time deve continuar com o camisa 10 ao lado de Nenê. O técnico Marcão, no entanto, tentou acalmar os ânimos.
– Nenê e Ganso são grandes jogadores e vão nos ajudar, mas em algum momento vão sair. Ninguém gosta, mas temos que pensar na equipe. É uma coisa normal. Temos que pensar sempre na equipe, no melhor para a equipe. Eles entendem. Na hora, com cabeça quente, faz parte. Depois, com calma, a gente conversa tranquilo – disse após a derrota para o Flamengo.
Com duas derrotas seguidas, o Fluminense voltou a ficar perto da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro: é o 16º, com 29 pontos, um a mais do que o Cruzeiro, o primeiro integrante do Z-4. No próximo sábado, o Tricolor tem duelo direto com a Chapecoense, às 19h30 (de Brasília), no Maracanã, pela 28ª rodada. O elenco começa a preparação para a partida na manhã desta terça-feira, no CT Carlos Castilho.