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Capitão do Uruguai nas últimas duas Copas do Mundo, o ex-zagueiro Lugano participou do Planeta SporTV na manhã desta quinta-feira com sua habitual sinceridade, sem fugir das bolas divididas, quer dizer, polêmicas. Apesar da torcida pelos compatriotas e ex-companheiros da Celeste, apontou a seleção brasileira como favorita para conquistar o título na Rússia, elogiou muito o setor defensivo montado por Tite, definiu Thiago Silva como “Pelé da zaga” e pediu para que Neymar fizesse uma autocrítica.
– O Brasil hoje tem os melhores zagueiros do mundo. O Miranda, Thiago Silva, Marquinhos e Geromel. Não lembro o Brasil com tantos zagueiros de qualidade. Mas não é só a zaga, mas o sistema tático que faz o Brasil forte. Meu estilo era mais parecido com o do Miranda. Mas gostaria de jogar como o Thiago Silva. Com Sérgio Ramos e Godín, o Thiago Silva é dos melhores do mundo.
“É o Pelé da zaga, tecnicamente, taticamente, lê o jogo, tem um timing sensacional”
– Faz isso não quem quer, mas quem pode. É um cara acima da média – disse Lugano.
Famoso pela firmeza com que enfrentava os atacantes, o ex-zagueiro uruguaio deu sua opinião sobre uma das principais polêmicas da Copa: as faltas e supostas simulações de Neymar. Chegou a lembrar de como o compatriota Luis Suárez mudou de postura depois da Copa do Mundo passada.
– O mais importante é que ele está jogando o que todo mundo esperava. Ele assume a responsabilidade de uma forma impressionante. Mas, se todos os jogadores, ex-jogadores e treinadores criticam… Em 2014, por exemplo, falamos para o Luis Suárez: “Chega!”. Sem o Forlán, você vai ser a referência, vai ter que falar por nós. Se não por você, mude por nós. Por que não fazer uma autocrítica? Ele é um menino bom.
“A linguagem corporal dele não está sendo bem recebida. Por que não fazer uma autocrítica?”
– Não faz mal para ninguém.
Lugano se mostrou muito bem impressionado com a seleção brasileira.
– Nunca vi o Brasil tão forte como agora. Em 1982, eu tinha dois anos. Forte tecnicamente, tiveram alguns. Taticamente, também. Mas tecnicamente, taticamente, fisicamente assim, nunca vi. Talvez seja o sentimento de revanche.
“O Brasil é o bicho-papão, candidato firme para vencer, cada vez fica mais claro que é o favorito”
A respeito do Uruguai, disse não acreditar que Cavani entre em campo contra a França, nesta sexta-feira, às 11h (de Brasília), pelas quartas de final.
– É difícil que ele jogue. Uma contusão na panturrilha é difícil, muito perigosa. Rapidamente no jogo você pode sentir uma contratura e ficar fora da Copa. Terceiro mundial consecutivo que perdemos um jogador importante. Em 2010, foram eu, Suárez e Fucile. Em 2014, o Suárez, era o nosso Messi, nosso Neymar. Agora Cavani… É um carma que temos. Para brigar nesse nível… Problema do Uruguai é que não tem reservas à altura desses craques. Agora muda o time e a forma de jogar.
