Rui Car
13/12/2018 15h40 - Atualizado em 13/12/2018 14h09

Mais qualidade, menos glamour: atrás de reforços, Inter busca repetir a “fórmula Aránguiz”

Chileno desembarcou em Porto Alegre em 2014 sem tanta badalação, mas virou expoente do clube

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Nada de reforços de impacto, aqueles de lotar o aeroporto, como ocorreu com Paolo Guerrero. A estratégia do Inter para tentar conquistar a Libertadores do ano que vem é encorpar o grupo de Odair Hellmann com jogadores sem tanta repercussão midiática, mas que possam dar uma resposta sólida em campo. Algo nos moldes da operação com Charles Aránguiz, há quatro anos.

 

chileno desembarcou no Beira-Rio em 2014. Apesar dos títulos da Sul-Americana, em 2011, e os campeonatos nacionais, em 2011 e 2012, pela Universidad de Chile, não tinha a pompa de uma grande contratação. A efeito de comparação, o Inter tinha Diego Forlán no grupo de jogadores àquela época.

 

 

Aránguiz é exemplo de custo-benefício do Inter — Foto: Alexandre Lops / Inter, DVGAránguiz é exemplo de custo-benefício do Inter — Foto: Alexandre Lops / Inter, DVG

Aránguiz é exemplo de custo-benefício do Inter — Foto: Alexandre Lops / Inter, DVG

 

Tímido, de voz baixa, quase não se ouvia sua voz em treinos ou mesmo nas raras entrevistas concedidas. Em campo, no entanto, se transformava. Não demorou para virar expoente do time. Marcava, roubava bola, driblava, armava e fazia gols.

 

A qualidade o levou à Copa do Mundo do mesmo ano. Em 2015, repetiu o desempenho e acabou negociado com o Bayer Leverkusen, da Alemanha, após forçar sua saída. Apesar disso, ainda habita o sonho dos colorados, mas os valores impossibilitam uma movimentação em torno de uma repatriação neste momento.

 

As inúmeras aptidões de Aránguiz não são especificamente as buscadas pela direção. Porém, o molde de contratação. O Inter procura jogadores sem tanta badalação e, consequentemente, mais baratos aos cofres, que tenham potencial de retorno ao time, como indica o presidente Marcelo Medeiros:

 

– A questão do nome é relativa. Trouxemos jogadores que marcam a forma como trabalhamos o futebol e dão um retorno muito grande. Primeiro nome que posso citar é o Aránguiz. Ele não tinha a notoriedade de outros jogadores. Um jogador de Copa do Mundo. O mesmo serve para o (Víctor) Cuesta, Edenílson, Patrick, Zeca, (William) Pottker, (Rodrigo) Moledo. Uma série de atletas que dão contribuição importante.

 
 

Vice de futebol Roberto Melo e presidente Marcelo Medeiros planejam o 2019 do Inter — Foto: Eduardo Deconto Vice de futebol Roberto Melo e presidente Marcelo Medeiros planejam o 2019 do Inter — Foto: Eduardo Deconto

Vice de futebol Roberto Melo e presidente Marcelo Medeiros planejam o 2019 do Inter — Foto: Eduardo Deconto

 

O discurso mostra que o Inter dificilmente trará nomes de impacto, como Forlán e Paolo Guerrero. O peruano chegou em meados de agosto repleto de expectativa para ser o diferencial rumo ao título do Brasileirão. Porém, às vésperas da sonhada estreia, viu a Justiça da Suíça revogar o efeito suspensivo com o qual disputou, inclusive, a Copa do Mundo da Rússia.

 

Desde então, Guerrero segue o cumprimento da pena por ser flagrado no exame antidoping com metabólitos de cocaína, a ser finalizada em 23 de abril de 2019.

 

A direção busca nomes no mercado para encorpar o grupo. Luiz Adriano, atualmente no Spartak, de Moscou, está na mira. Em uma declaração recente, o centroavante negou qualquer negócio em andamento e disse que seguirá no leste europeu. Por outro lado, o clube encaminha a troca do meia Andrigo pelo atacante Neílton, do Vitória.

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