O presidente do Santos, José Carlos Peres, afirmou nesta segunda-feira que pretende oferecer em ao técnico Jorge Sampaoli uma proposta de renovação de contrato até 2023. Atualmente, o argentino tem contrato com o Peixe até o fim de 2020, com multa rescisória de cerca de R$ 10 milhões.
– Combinamos de conversar após a última rodada (do Campeonato Brasileiro) sobre o futuro. Estou adiantando e conversarei antes com ele e o Paulo (Autuori, diretor de futebol) sobre um contrato até 2023 – disse Peres, em entrevista à rádio “Kiss FM” – a informação foi divulgada inicialmente pela “Gazeta Esportiva”.
– Queremos antecipar essa situação (da renovação contratual de Sampaoli) para ter tranquilidade. Tivemos um semestre difícil, contratamos bastante a pedido do Sampaoli. A fase mais difícil, a de montar elenco, já foi. Precisamos de mais alguns, não é o time perfeito ainda. Este ano foi para o Sampaoli introduzir um novo conceito, uma nova metodologia – emendou o presidente do Santos.
O mandato de Peres no Santos vai até o fim de 2020, justamente até quando dura o vínculo de Sampaoli. Na entrevista, o mandatário também negou a tentativa de reeleição na presidência do Peixe (veja as principais respostas abaixo).
Recentemente, Sampaoli afirmou em entrevista coletiva que deseja “ficar muito tempo” no Santos e que quer “cumprir o sonho de ser campeão” no clube.
– Sobre o lugar que tenho hoje: quero ficar muito tempo aqui. Que haja essa possibilidade. Tudo depende de resultado, mas não tivemos algo formal sobre contrato. Seria muito bom cumprir o sonho de ser campeão com o Santos – disse Sampaoli, na semana passada.
Até o momento, Sampaoli dirigiu o Santos em 41 jogos oficiais na temporada. São 23 vitórias, oito empates e 10 derrotas, um aproveitamento de 62,6%. O Peixe lidera o Campeonato Brasileiro, mas foi eliminado de forma precoce na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana.
Veja outras respostas de Peres:
Cueva
– De jeito nenhum (se arrependeu de contratá-lo). Ele veio depois da pré-temporada, teve dificuldade, estava desalinhado na questão física. Quem pediu foi o Sampaoli. Nunca vi um jogador tão dedicado como ele. Não venho falar mentira. Ele chegou a contratar um personal trainer. Não faltou uma vez no treino, não chegou atrasado. Teve problema com a filha, que nasceu prematura. Hoje ele é jogador do Santos. O Sampaoli não falou que não quer mais ele. Temos de tratá-lo com dignidade, está vivendo um drama. Tem se dedicado nos treinos. Temos de dar a mão à palmatória. Não é aquilo que falam.
Terceiro uniforme
– A camisa não será preta, é escura. Como um grafite. Bem bonita.
Reeleição?
– Não pretendo ser candidato à reeleição. Pode acontecer muita coisa e me chamarem de mentiroso, mas digo hoje: é pensar muito em qualquer tipo de reeleição. É o cenário de hoje.
Fernando Diniz na base?
– Antes do início da gestão conversei por quatro ou cinco horas com ele. Queria que ele trabalhasse na base do Santos, treinando sub-20 e sub-23, que tinha na época (a categoria foi extinta). Quase chegamos num acordo. Grande treinador, com o perfil do Santos, mas ele foi para o Guarani, aí ficou difícil para a gente.
Mais Sampaoli
– Sampaoli não foi contratado para ganhar título no primeiro ano. Ele é um treinador “top”, vinha da seleção argentina. Claramente precisava antes de mais nada de adaptação. Todos os técnicos estrangeiros foram embora rápido. Contratação tem que ser planejada. Ele é nosso treinador até 2020. Quem sabe até 2023.
Relação com Orlando Rollo, vice-presidente
– Adotou uma linha quando pediram meu impeachment. Fez declarações contra mim e eu entendi que acabou a confiança. Dei três departamentos para ele tocar: segurança, esportes olímpicos e futebol feminino. Aí ele se colocou contra mim. Foi provada nas urnas a ruptura de confiança. Não tenho raiva, mas acho que ele entendeu. Se afastou desde setembro e pode voltar ao Comitê de Gestão. Ele pode ser um vice que ajuda ou vai ficar tentando assumir.