Rui Car
17/08/2020 16h47 - Atualizado em 17/08/2020 17h11

O taioense que foi campeão catarinense em 1966

Torrada foi um personagem ilustre da história de Taió. Foi campeão estadual pelo Perdigão na década de 60

Assistência Familiar Alto Vale
Fonte: Com informações de O Curioso do Futebol

Fonte: Com informações de O Curioso do Futebol

Delta Ativa
Se você mora em Taió há alguns anos certamente já ouviu falar de Torrada, um cidadão ilustre do nosso município, conhecido por ter trabalhado por muitos anos no extinto Banco do Estado de Santa Catarina (BESC) e por defender as cores do União de Taió.
 
Talvez o que você não sabia é que ele já foi jogador profissional de futebol, tendo inclusive conquistado o Campeonato Catarinense de 1966 pelo Perdigão.
 
“Torrada” para os taioenses e “Torrado” nos tempos áureos de futebol, o que importa é que José Campolino dos Passos marcou seu nome na história do esporte catarinense. Ele faleceu em 24 de abril de 2010.
 
O clube
 
Na história do futebol brasileiro não é raro um clube ser fundado por funcionários de alguma empresa e a agremiação acabar levando o nome da mesma. Em Santa Catarina, durante a fase dos grandes frigoríficos, também aconteceu este fenômeno e uma dessas equipes acabou tendo sucesso: a Perdigão conquistou o estadual de 1966. 
 
Concentração dos jogadores era próximo ao curtume. Próximo de onde é hoje a Casa Faísca (1965)

Concentração dos jogadores era próximo ao curtume. Próximo de onde é hoje a Casa Faísca (1965)

 
 O caminho para o título
 
A história da Sociedade Esportiva Perdigão havia iniciado em 1964 quando um grupo de apaixonados por futebol, encabeçados por Flávio e Fioro Brandalise se reuniu nas dependências da Perdigão para deliberar sobre a formação de uma nova equipe, que durou apenas cinco temporadas (1965 a 1969), mas gravou seu nome na história do futebol catarinense.
 
A primeira competição foi o campeonato municipal diante de tradicionais equipes do município, como Alvorada, Floresta e a Associação Atlética Videirense, que há muitos anos vencia o citadino. A conquista foi de maneira invicta, credenciando a Perdigão a disputar o campeonato catarinense daquele ano, integrando o zonal Oeste. As rudimentares rodovias, a maioria de terra, não foram obstáculo para a equipe de Videira. A delegação rubra viajava em duas Kombi e chegou à quarta colocação do estadual.
 
A boa colocação na competição de estreia motivou o grupo e diretoria. Em 1966 nova conquista no municipal e mais uma vez a vaga no estadual. No Grupo B (Oeste) além, da Perdigão estavam: Comercial (Joaçaba), Sadia (Concórdia), Guarani (Xaxim), Vasco da Gama (Caçador), Guaycurus (Concórdia), Cruzeiro (Joaçaba) e Atlético (Chapecó). A Perdigão terminou em primeiro, com o Comercial em segundo, garantindo os dois para o quadrangular final diante de Almirante Barroso (Itajaí) e o Metropol (Criciúma), que era o grande bicho-papão no Estado (campeão cinco vezes na década de 60).
 
A primeira fase do estadual foi disputada no ano de 66, mas o quadrangular final iniciou apenas no dia 12 de março de 1967 quando a Perdigão recebeu o Almirante Barroso e fez 3 a 0 sem chances ao adversário. No dia 19 o jogo que foi considerado chave por todos os jogadores do elenco. A Perdigão foi até Criciúma enfrentar o Metropol e saiu de lá com um heróico 0 a 0. No dia 26 novo jogo no Luiz Leoni e mais uma vitória por 3 a 0, desta vez diante do Comercial.
 
Na abertura do returno do quadrangular final a Perdigão foi a Itajaí, mas voltou de lá com uma derrota por 2 a 0, recolocando o Barroso na disputa pelo título. No dia 09 de abril Videira parou para assistir o confronto diante do Metropol. Funcionários da Perdigão foram dispensados para acompanhar a partida e cerca de 12.000 pessoas foram ao Estádio Municipal Luiz Leoni ver a vitória por 2 a 0.
 
Na última rodada a Perdigão jogava no Estádio Oscar Rodrigues da Nova, em Joaçaba diante do Comercial, enquanto que em Criciúma se enfrentavam Metropol e Almirante Barroso. O scratch videirense liderava o quadrangular e dependia apenas de si para levantar o caneco.
 
O jogo começou movimentado e logo 11 minutos do primeiro tempo Barra Velha abriu o marcador para os joaçabenses, mas Zinho, artilheiro do estadual naquele ano, deixou tudo igual aos 43 do primeiro tempo. No segundo tempo muito equilíbrio e jogo duro até que Barra Velha, cobrando pênalti, fez o segundo do Comercial aos 24 minutos da etapa final. A apreensão tomou conta do elenco ao final do jogo, pois diferentemente dos dias atuais a comunicação não era tão ágil assim e não se sabia o resultado do outro confronto.
 
Lá em Criciúma Gama fez 1 a 0 para o Metropol aos cinco minutos de jogo, mas aos seis Ubirajara deixou tudo igual. A pressão do Almirante Barroso seguiu durante todo o jogo, mas a defesa do Metropol parecia intransponível. Aos 40 minutos da etapa final, em um contra-ataque, Idésio marcou o gol da vitória dos criciumenses e, consequentemente, o gol que garantiu o campeonato catarinense de 1966 para a Sociedade Esportiva Perdigão.
 
A cidade parou e o Estádio Municipal ficou lotado para o confronto contra o Metropol em uma quarta a tarde

A cidade parou e o Estádio Municipal ficou lotado para o confronto contra o Metropol em uma quarta a tarde

 
 Taça Brasil de 1967
  
Como campeã estadual, a Perdigão representou Santa Catarina na Taça Brasil de 1967, quando enfrentou o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e o Clube Atlético Ferroviário de Curitiba, sendo eliminada na primeira fase.
 
Em pé: Pelé, Galego, Odenir, Osvaldo, Cigano, Cauby, Adi, Nilson, Arrepio, Pipe e Darcy Agachados: Melão, Carioca, Zinho, Richetti, Serramalte, Barros, Valter e Torrado

Em pé: Pelé, Galego, Odenir, Osvaldo, Cigano, Cauby, Adi, Nilson, Arrepio, Pipe e Darcy
Agachados: Melão, Carioca, Zinho, Richetti, Serramalte, Barros, Valter e Torrado

 

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