O técnico Zinedine Zidane parece não se cansar de elogiar Casemiro. Segundo ele, o volante é quem dá equilíbrio para o seu Real Madrid. Mesmo que os números não mostrem, exatamente, isso.
Somando todos os jogos da temporada europeia (Campeonato Espanhol, Copa da Liga, Liga dos Campeões e Supercopa Europeia), o Real marca, sem o brasileiro, quase um gol a mais por jogo. A média nos 17 jogos em que o jogador não entrou em campo é de 3,35 gols por partida – a bola entrou 57 vezes no gol em 17 jogos. Com ele, a média cai para 2,5 – foram 55 gols em 22 jogos.
É verdade que os números defensivos do Real melhoram com ele em campo. Mas não é um benefício tão grande assim. A média de gols sofridos pelo Real com Casemiro é de 1,14 gol por jogo. Sem ele, o número sobe, mas apenas para 1,29.
Mais do que isso, até mesmo o trio BBC parece melhorar com a ausência do volante: 62% dos gols de Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo saíram em partidas sem o brasileiro. Como, então, Casemiro tem tanta moral com Zidane? O segredo está nos números fora do trio de ataque.
Usando um volante eficiente como o ex-são paulino (ele é o líder de desarmes do Campeonato Espanhol, por exemplo), Zidane consegue fazer Luka Modric, Toni Kroos e Marcelo renderem mais. E a carga ofensiva acaba menos dependente do desempenho do trio BBC.
Kroos e Modric, por exemplo, foram os incumbidos de assumir a carga defensiva quando Casemiro se machucou. O efeito disso foi que, na frente, eles renderam menos: juntos, os dois criaram seis gols na temporada (entre gols ou assistências) em partidas sem o brasileiro. Com ele, mesmo levando em conta que ambos também ficaram períodos longos afastados por lesão, Kroos e Modric criaram um gol a mais.
O mesmo acontece com Marcelo. Sabendo que Casemiro tem poder de cobertura para fechar a lateral esquerda em suas descidas, o ex-Fluminense criou cinco gols atuando com o ex-São Paulo. Sem ele, apenas três.
Na última rodada do Campeonato Espanhol, Casemiro foi poupado por Zidane, pensando justamente no jogo desta terça-feira, pela Liga dos Campeões. Com o Real em vantagem, o brasileiro deve ser peça-chave da estrutura defensiva montada para conter o trio de ataque do time italiano, formado por Mertens, Insigne e Hamsik.