Gilson Sbeghen, presidente da Chapecoense (Foto: Reprodução / TV Chape)
Depois de mais uma derrota da Chapecoense na Série A do Campeonato Brasileiro, desta vez para o Sport, na noite da última segunda-feira, o presidente Gilson Sbeghen foi aos microfones responder questionamentos dos jornalistas e avaliar a campanha da equipe na competição nacional.
Os números são negativos, com o rebaixamento confirmado com sete jogos de antecedência e nenhuma vitória como mandante. Para a última rodada, diante do Fluminense, o Verdão do Oeste ainda tenta fugir da pior campanha na era dos pontos corridos. Se somar os três pontos, chega aos 18 e passa o América-RN de 2007, que terminou com 17.
Perguntado sobre o tamanho da responsabilidade da diretoria alviverde nos resultados em campo, o dirigente afirmou que houve esforço e empenho para que o fim fosse diferente, mas que a meta de não aumentar as dívidas do clube também era prioridade.
“Foi uma temporada complicada e chegamos ao fim com esse resultado. Não era o esperávamos, mas primamos sempre pela responsabilidade financeira, primamos pela responsabilidade orçamentária e não queríamos deixar um legado de dívidas ainda maior para os próximos anos“, disse.
Diante do cenário que ficou mais complicado a cada rodada, Gilson Sbeghen destacou a utilização de jovens das categorias de base como positivo e importante para o futuro da Chapecoense.
Dos 16 jogadores usados pelo interino Felipe Endres durante os 90 minutos contra o Sport, oito foram formados no clube: João Paulo, Ronei, Mancha, Ryan, Busanello, Marquinho, Rodrigo Silva e Perotti.
“Eles entraram e fizeram boas partidas, pode ser uma boa a continuidade para o próximo ano. Acredito que a nova diretoria que está vindo tem condições de fazer uma grande campanha na Série B. Nos mantermos na Série B é o grande objetivo e continuar esse trabalho de reestruturação financeira. Eles já estão sentindo como vai ser difícil fazer o futebol no ano que vem“, falou.
A Chapecoense se despede da Série A na próxima quinta-feira, 9 de novembro, contra o Fluminense, no Maracanã, às 21h30 (de Brasília).
CONFIRA OUTROS DESTAQUES DA ENTREVISTA:
RESPONSABILIDADE DA DIRETORIA
“Creio que dentro dessa diretoria não faltou trabalho, não faltou empenho, assim como no dia a dia dos atletas a gente via esse empenho e toda essa dedicação. Sabíamos que seria um campeonato muito difícil e complicado em razão das nossas dificuldades financeiras. Procuramos fazer sempre o melhor, mas alguns detalhes no jogo nos faziam perder. Fizemos bons jogos contra o Atlético-MG, contra o Flamengo, mas tivemos alguns tropeços que não poderíamos ter. No fim é isso, o trabalho foi executado, todo mundo se dedicou. A gente já vinha com aumento de dívida nos últimos anos. Em 2020 tínhamos um déficit de R$ 30 milhões. Precisávamos estancar esse momento para não inviabilizar o clube para os próximos anos. Conseguimos conduzir apesar dos resultados não serem como esperávamos“.
SALÁRIOS ATRASADOS
“Essa situação dos atrasos já vem desde 2019, da primeira queda que tivemos. Foi acentuada em 2020 pela pandemia. Em 2021, ainda tivemos a pandemia e isso atrapalhou o cumprimento orçamentário, mas fizemos o possível para cumprir e não gerar mais déficit para os próximos anos e ficar uma situação impagável e sem condição de administrar. Já foi complicado esse ano administrar a dívida e nos próximos anos ainda vai ser difícil. Terão que ser feitos cortes e adaptações para disputar a Série B e levar o clube até o fim do ano“.
DESEMPENHO DO DEPARTAMENTO DE FUTEBOL E PRESIDENTE
“O departamento de futebol tentou fazer o melhor dentro da disponibilidade financeira que ele possuía. Assim como todos da diretoria estávamos alinhados com o objetivo de tornar a Chapecoense viável para os próximos anos. Claro que algumas contratações não deram certo, mas não vamos individualizar. A situação não era o que esperávamos, de chegar no fim do ano com essa pontuação. Sabíamos que seria difícil ficar na Série A. Acredito que a nova diretoria que está vindo tem condições de fazer uma grande campanha na Série B“.
