Rui Car
03/01/2022 10h33 - Atualizado em 03/01/2022 10h35

Presidente do Brusque fala em 2022 ousado e sonha com casa própria do Quadricolor

Marreco quer o acesso para a elite do futebol nacional e planeja estádio em Brusque

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Danilo Rezini falou sobre o que projeta para o 2022 do Brusque, após início de novo mandato no clube (Foto: Câmara de Vereadores de Brusque / Divulgação)

Danilo Rezini falou sobre o que projeta para o 2022 do Brusque, após início de novo mandato no clube (Foto: Câmara de Vereadores de Brusque / Divulgação)

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Se o ano de 2021 foi cheio de emoções para o Brusque, 2022 promete repetir a dose. Em entrevista, o presidente do clube, Danilo Rezini, abriu o jogo sobre o futuro do Quadricolor na próxima temporada, citando o sonho do estádio próprio, e relembrou os desafios vividos neste último ano.

 

De cara, o Brusque quer ser ousado em 2022. Respeitando as limitações que vão desde os aspectos financeiros até os técnicos, o Marreco quer tentar o acesso à Série A, mas entende que a permanência na segunda divisão também é um resultado positivo para a temporada.

 

Com relação ao nível da competição nacional, Rezini acredita que 2022 terá uma Série B mais disputada. “Mesmo considerando que 2021 foi bem difícil, acreditamos que 2022 vai ser muito mais forte, já que há mais times com títulos nacionais, por exemplo”.

 

Na próxima ‘Segundona’, adversários como Grêmio, Vasco, Cruzeiro, Sport e Bahia somam, juntos, 13 títulos de campeão brasileiro Série A.

 

Reformulação e plantel

 

Para encarar não só as 38 rodadas do Brasileirão, mas também o Campeonato Catarinense 2022, o time já se movimenta desde o mês de dezembro para construir o planejamento de 2022. Entre os objetivos, está a reformulação do elenco.

 

Em princípio, ao fim do campeonato 2021, o clube já trabalhava com a perspectiva de contratações pontuais. “Nosso plantel foi de 38 para cerca de 15 ou 18 atletas ao fim da temporada. Agora, queremos seis contratações pontuais”, afirma Rezini.

 

Entre essas, estão um centroavante, um goleiro, zagueiro, volante, um meia e um atacante. Para a posição de ‘CA’, Tony fica à disposição na função.

 

Já nas traves, a chegada do goleiro Jordan, vindo do Santa Cruz, supre a necessidade do Marreco, no entendimento dos dirigentes. No meio-campo, Jaílson, do Naútico, chega para reforçar a equipe, enquanto as outras posições seguem em aberto.

 

De casa nova?

 

A casa própria é um sonho antigo do Brusque. Mandando seus jogos no Estádio Augusto Bauer, também em Brusque, mas próprio do time do Carlos Renaux, o Quadricolor sonha – e projeta- a construção da própria casa.

 

Brusque manda seus jogos no estádio Augusto Bauer – Foto: Diogo de Souza/ND

Brusque manda seus jogos no estádio Augusto Bauer (Foto: Diogo de Souza / ND)

Nós jogamos num campo alugado. O Carlos Renaux é muito receptivo, mas não é um campo adequado, que atende às especificações da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Precisou passar por uma revitalização básica, como na parte de iluminação e vestiários, por exemplo”, explica o presidente.

 

Outra questão que foge às normas da CBF diz respeito à quantidade de público. A exigência nacional orienta que haja, pelo menos, capacidade para 10 mil pessoas. No entanto, as arquibancadas do Augusto Bauer tem capacidade apenas para metade, ou seja, cinco mil torcedores.

 

Agora, o Brusque sonha colocar em prática a construção do próprio estádio. O projeto ainda engatinha, uma vez que precisa da parceria de empresas privadas para sair do papel, mas Rezini entende que 2022 pode ser, sim, o ano da construção da casa própria do Marreco.

 

Há estudos com empresas privadas sobre a parceria de construção de uma arena para que o clube mande seus jogos, a exemplo do Flamengo, no Rio de Janeiro [Estádio da Gávea, utilizado até 1997 pelos cariocas]”, lembra Rezini.

 

Seria muito custoso jogar em Florianópolis ou Joinville, pois teríamos que alugar, o que seria um custo muito alto, além de sentir que sempre  estaríamos ‘jogando fora de casa’, e a torcida não poderia comparecer estando fora de Brusque”, finaliza.

 

No entanto, antes de concretizar a expectativa, a torcida do Marreco deve saber que, pelo menos no Campeonato Catarinense da próxima temporada, o Brusque segue jogando no Estádio Augusto Bauer, uma vez que não há exigências por parte da FCF (Federação Catarinense de Futebol) sobre a capacidade de público na arquibancada.

 

Temporada repleta de emoções

 

O ano de 2021 do Brusque foi marcado por altos e baixos. Com boa arrancada e queda de rendimento, Danilo Rezini explicou o que leva um time a enfrentar oscilações.

 

Há vários aspectos que influenciam a arrancada e a queda seguinte, a começar pelas lesões. Tivemos 12 atletas no departamento médico, um número extremamente considerável, que acaba alterando a escalação e a formação do time, que vai se adaptando às formas de jogar”, explica.

 

Ele também citou o relaxamento natural durante o torneio, influenciado pelos números e cálculos, conforme o time soma bons resultados. “Conforme vai se aproximando o ‘número mágico’, a equipe descansa”.

 

Relembrando a temporada em linhas gerais, Rezini cita o planejamento feito para o ano. “Sabíamos das dificuldades do Catarinense e da Série B, que foi uma competição muito forte. Mesmo assim, no estadual, ficamos em 3º, e na Série B tivemos momentos bons e ruins, mas conquistamos a permanência, que foi um resultado satisfatório”, complementa o presidente.

 

Sobre a saída do artilheiro da Série B, Edu, o presidente explica que a parceria entre clube e atleta foi fundamental para a boa campanha e a seguinte saída para o Cruzeiro.

 

Ele é extremamente esforçado e conectado com os objetivos do clube, deixou marcado seu nome, mas não cabia segurar a carreira dele. Liberamos ele para buscar novos ares, já que ele nos ajudou tanto em 2021. A multa rescisória foi paga pelo Cruzeiro, era uma oportunidade de saltar na carreira”.

 

Entre os assuntos mais debatidos no Brusque em 2021, o caso de racismo cometido contra o atleta Celsinho, do Londrina, por um dirigente já afastado do clube, também foi comentado por Danilo Rezini.

 

O caso de racismo foi muito divulgado, e o clube foi execrado. Eu nem gosto de falar sobre isso, mas o clube pagou por uma pessoa só. Nós somos totalmente contra o racismo, a favor das minorias, mesmo. Nós temos que fazer essa reflexão após o episódio, mas é um caso já superado”, finaliza.

 

Mirando no futuro

 

Em linhas gerais, o Brusque visa um futuro baseado em três pilares, conforme explica o presidente, no cargo desde 2008, reeleito em 2021 para mais um mandato e com duração até dezembro de 2025.

 

O primeiro deles é o estádio próprio, tido como fundamental e principal aspecto para alavancar o desempenho da equipe. Na sequência, investimentos no time profissional, oriundos das receitas financeira obtidas pela gestão, também são ponto chave na construção dos próximos anos do Marreco.

 

Por fim, o foco na base aparece como outra maneira de investimento, uma vez que os atletas formados pelo Brusque também podem se tornar fonte de renda aos cofres quadricolores no futuro. Além disso, existe a chance de desenvolver uma joia para identificada com o time capaz de alavancar o nível da equipe dentro das quatro linhas.

 

Apesar de assumir as muitas dificuldade estruturais e financeiras ainda vigentes na instituição, o presidente afirma contar com a ajuda dos patrocinadores que, segundo ele, alivia um pouco o caixa.

 

O Brusque enfrenta o Concórdia no dia 23 de janeiro, às 16h, no estádio Domingo Lima, em Concórdia, no Oeste de Santa Catarina, pela estreia do Campeonato Catarinense.

 
 
Fonte: Letícia Coutinho / ND+
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