Paulo Prisco Paraíso foi empossado como presidente da SAF do Figueirense. Na cerimônia realizada nesta quinta-feira, no Orlando Scarpelli, o dirigente explicou os próximos passos do planejamento do Alvinegro e detalhou também como está a busca por um investidor para o clube, porém, o processo ainda é visto como estágio inicial.
“Não esperem que a gente anunciem um sócio daqui a 30, 60, 90 ou 120 dias. Dificilmente isso vai acontecer. Primeiro temos que fazer tudo de maneira segura. Aqui não tem ninguém que vá chegar no aeroporto dizendo que vai comprar o Figueirense. Esse tipo de farofada não faz parte do nosso trabalho. Aqui tudo é feito com base na confidencialidade e na hora certa as coisas acontecem“, disse Prisco Paraíso.
Paraíso considera que a criação da SAF é um marco para o futuro do Figueirense, que conseguiu recentemente a homologação para o processo de recuperação extrajudicial, que permite a renegociação das dívidas com os credores. Com isso, o dirigente vê isso como um diferencial diante a outros clubes do Brasil que já adotam o modelo, como Cruzeiro e Botafogo.
“É um divisor de águas para tornar o Figueirense novamente o maior clube de Santa Catarina e colocá-lo de novo na elite do futebol brasileiro. O Figueirense está na vanguarda e vai dar exemplo para o Brasil de como fazer uma administração eficiente para conquistar os objetivos“.
“O Figueirense já tem uma recuperação extrajudicial homologada, isso significa que o clube tem sua dívida levantada e negociada com os credores, com um ano de carência e prazo de pagamento que vai de 10 a 20 anos. Ou seja, a partir de agora podemos conversar com investidores para captar recursos e atingir seus objetivos“, destacou o dirigente.
De acordo com Prisco Paraíso, a dívida do Figueirense era de R$ 185 milhões, mas que com a recuperação extrajudicial o clube já conseguiu reduzir o valor para R$ 110 milhões em virtude das negociações com os credores. O dirigente afirmou que o investidor interessado em assumir a SAF do clube precisa ter a clareza da obrigação de quitar a dívida acumulada pela Associação e pela LTDA. Para ele, a observação do cenário indica a possibilidade do Alvinegro ter um investidor estrangeiro.
“Estamos muito mais para investidor estrangeiro do que alguém daqui no Brasil. Temos conversado com pessoas do boarding e vemos que esses estrangeiros têm números que se aproximam do que o Figueirense precisa, mas não temos um nome e nem um orçamento definido do que precisamos. Talvez, um diferencial do valor é o que vai determinar a conquista de um acesso ou de um título. Eu acredito que vamos chegar a um valor em breve“, detalhou Prisco.
O próximo passo, agora, é estreitar os contatos com possíveis investidores, porém, já sabendo qual é o valor de mercado do Figueirense. Esse número é tratado como confidencial. Como metas iniciais, Prisco coloca dois acessos consecutivos para que o time esteja na elite do futebol brasileiro daqui duas temporadas.
“O Figueirense já tem um valor de mercado preliminar que estão nos nossos dados internos que irão nos permitir concluir os valores, que serão lapidados em conjunto com o CEO e diretoria da empresa para que, paralelamente com o pagamento da recuperação extrajudicial, o Figueirense jogue a Série B, em 2023, e a Série A, em 2024“, completou.
A estrutura da SAF do Figueira é composta pelo vice Notron Boppré e pelo diretor-executivo José Carlos Lages. Ainda fazem parte os membros do Conselho de Administração: Vera Lúcia Rodrigues, José Tadeu da Cruz e Antônio Fernando Barreto Miranda. Por fim, o Conselho Fiscal é composto por Nilson José Goedert, Claudio José Duarte Filho, João Gonçalves Filho e Rái Borges Martins.
Fonte: Carlos Rauen e Guto Marchiori / Globo Esporte SC