Rui Car
19/03/2017 13h00 - Atualizado em 18/03/2017 11h03

Roberto Alves: Rubens Angelotti completa 100 dias à frente da FCF com perfil bem diferente de Delfim

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Depois de 31 anos, o futebol catarinense vive um novo momento: sem Delfim Peixoto Filho e com Rubens Angelotti. A coluna foi investigar a diferença, que começa pelo estilo de trabalho. Delfim era político, Rubinho é técnico e administrador. Delfim deu credibilidade ao futebol catarinense em nível nacional. Rubinho busca novos horizontes e impõe sua forma de atuar. O que mudou na FCF ou no futebol catarinense? Confira um papo da coluna com o novo comandante do futebol catarinense.

 

Como o presidente recebeu a Federação Catarinense de Futebol?

 

Bem. Já conhecia à distância o funcionamento da Federação, e agora passo a entender melhor a sua engrenagem. Nada de especial. Estou ainda me adaptando, mas muito à vontade.

 

Nada lhe assustou?

 

Não. As dificuldades iniciais foram de comportamento. Avisei antes que tinha um estilo de administrar. Quem se adaptar, tudo bem.

 

Como assim?

 

Era preciso, para que me conhecessem melhor. Com quem não se adaptou, tive que agir. E, felizmente, apenas uma pessoa (Junior Moresco) não entendeu o novo momento e tive que demitir.

 

E o restante?

 

Todos muito profissionais, gente de qualidade que toca bem a federação, sem nenhum problema. Não tive surpresa nenhuma. Praticamente, já conhecia todos.

 

O que foi mais difícil no início?

 

A adaptação ao expediente. Firmei propósito de estar aqui de segunda até quinta-feira, e à noite volto para Criciúma. Gosto de acompanhar tudo de perto. Nos fins de semana tenho comparecido ao futebol. Já fui quatro vezes à CBF e conheço todos os presidentes de federações do País.

 

Aliás, presidente, como estão o relacionamento com a CBF e o auxílio financeiro?

 

Ótimo. Marco Polo Del Nero (presidente da CBF) nos trata muito bem. Tem atendido a todos os nossos pleitos sem nenhum problema. É homem educado e atencioso.

 

Por falar em auxílio, a FCF não está processando a CBF?

 

Estava. Era caso pessoal do Delfim com o Del Nero. Retiramos o processo. O momento é outro.

 

A grana continua vindo?

 

Sim. A CBF nos manda mensalmente R$ 75 mil, como faz com todas as federações do Brasil.

 

E o salário do presidente?

 

É de R$ 15 mil: um contrato de representação dos presidentes com a CBF. Não tenho porque esconder, é legal. Sou o representante da CBF e esta verba é de representação. Já existia.

 

E o relacionamento com a Associação de Clubes. Querem montar uma comissão de analistas de arbitragem paralela. O que acha disso?

 

Não há porque. Os clubes pediram uma reunião através da associação e estiveram aqui na última segunda-feira. Houve um mal-entendido. A associação já deu uma nota no seu site. É que todo clube tem um analista de sistema e seria nos mesmos moldes. Só que pareceria uma comissão paralela. Não vai vingar.

 

Já deu pra detectar algum esquema paralelo visando a presidência da FCF em 2019?

 

Não. Acho muito cedo pra isso. Precisamos agora é trabalhar unidos para o bem do nosso futebol.

 

E a reação inicial a sua chegada à presidência da FCF?

 

Normal. Estavam todos acostumados com o Delfim e sua forma de trabalhar. Com as primeiras ações, viram que o nosso objetivo era igual o de todos. Simples.

 

CONCLUSÃO

 

Após o papo com o presidente, chegamos à conclusão que os estilos são mesmo muito diferentes em comparação ao ex-presidente Delfim. Mais do que isso. Rubens Angelotti está gostando, depois de uma pequena dúvida no começo, de ter assumido o cargo. Está identificado com a CBF e não se surpreendam se em 2019 ele partir para mais um mandato. Depois de um início de reconhecimento do terreno, vive-se dias mais calmos. Com seu estilo, quer ser entendido e respeitado. Está conseguindo, inclusive com ótimo relacionamento com os clubes e com a CBF. A hora é de cooperação geral para o bem do futebol catarinense. É realmente um novo momento que vive o futebol sob o comando de Rubens Angelotti.

 

 

Roberto Alves

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