Rui Car
23/04/2021 11h31

Saiba o que muda na Chapecoense com a chegada de Mozart

Diretoria apresenta treinador com mesmo perfil, mas estilo de jogo diferente em relação a Louzer

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Mozart é apresentado na Chapecoense (Foto: Marcio Cunha / ACF)

Mozart é apresentado na Chapecoense (Foto: Marcio Cunha / ACF)

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Técnico da nova geração, em início de carreira e em busca de ascensão. Semelhanças que Mozart carrega em relação ao antecessor na Chapecoense, Umberto Louzer. Dentro de campo, no entanto, o torcedor deverá ver mudanças significativas.

 

Os números do último trabalho de cada um evidenciam que as formas de buscar vitórias são diferentes. Enquanto Louzer tem um reconhecido trabalho na montagem de defesas, Mozart chama atenção pelo bom aproveitamento ofensivo.

mozart

 Ele gosta de time com bola no pé, não vai baixar a cabeça, se limitar a contra-atacar, pelo contrário, vai querer jogo. Vai tornar a Chapecoense mais ousada. E o momento de ousadia talvez tenha vindo para a Chapecoense. É uma mudança de cultura, razoável até – avaliou o comentarista dos canais Globo, Carlos Eduardo Lino.

 

Para chegar a esse fim, Mozart precisará lidar com uma cultura local. A proximidade geográfica ajuda a justificar, talvez, por que a torcida verde e branca prefere um jogo mais ao estilo “gaúcho” do que “carioca”. Ou seja, mais defensivo e aguerrido do que criativo e ofensivo.

 

Não foram um e nem dois dois treinadores que sofreram críticas simplesmente por escalar o time com três atacantes.

 

– Ele vai saber se adaptar à cultura local e montar um time inteligente e eficiente, mas vai ser preciso compreensão de quem é de Chapecó – afirma Lino.

 

Convicções e gerenciamento de elenco

 

O trabalho de Mozart no CSA é indiscutível. Pegou o time lutando contra o rebaixamento e por pouco não conquistou o acesso para a Série A. No processo, no entanto, lidou com o desgaste natural de bancar escolhas. Assim como Umberto Louzer, é um treinador de convicções.

 

– Mozart indicou alguns jogadores nesse período que não agradaram à torcida. O zagueiro Rodolfo Filemon foi um deles. A insistência em colocá-lo na equipe causou um certo desgaste. Outro atleta bancado por Mozart, o meia Gabriel também seguia na equipe e era questionado. Em março deste ano, reformulado, o time foi bem, ganhou até do Bahia por 2 a 0, mas caiu muito de produção em abril e foi eliminado nas copas do Nordeste e do Brasil. Esses resultados, sem dúvida, abalaram o trabalho do técnico – afirma o jornalista Victor Mélo, do ge.

 

Na avaliação de Mélo, Mozart fez um bom trabalho e conseguiu uma mudança rápida no cenário do CSA.

 

– Taticamente, Mozart merece destaque. Ele acha soluções que técnicos menos preparados não enxergam. Com o tempo, ele vai aprender a gerenciar melhor o elenco, até porque algumas escalações do CSA eram realmente questionáveis – concluiu.

 

Auto-análise

 

Mozart foi auxiliar de Umberto Louzer no Coritiba, em 2019. Conhece o trabalho de seu antecessor e sabe o que encontrará pela frente. Questionado sobre quais são as principais mudanças de suas ideias em relação ao comandante anterior, explicou.

 

Mozart e Umberto Louzer juntos no Coxa — Foto: Divulgação/Coritiba

Mozart e Umberto Louzer juntos no Coxa (Foto: Divulgação / Coritiba)

 

– Nós temos ideias parecidas, mas óbvio que cada pessoa tem suas particularidades. Com certeza vou usar muita coisa que o Umberto fazia, até porque deram certo. Vou implantar uma ou outra coisa quando tiver mais tempo, mas neste primeiro momento usar essa herança deixada pelo Umberto que é muito boa – completou.

 

O primeiro desafio de Mozart no comando da Chapecoense será uma decisão. No domingo, o Verdão visita o Hercílio Luz pelas quartas de final do Campeonato Catarinense. O jogo está marcado para 16h (de Brasília) e terá transmissão ao vivo da NSC TV.


POR: EDUARDO FLORÃO – GLOBO ESPORTE SC

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