Rui Car
25/10/2017 16h35 - Atualizado em 25/10/2017 10h45

“Santidade” Renato: sem noção de idolatria, técnico chora com carinho de gremistas

Maior ídolo da história do clube, Portaluppi recebe torcedores em entrevista exclusiva e ouve "loucuras" feitas por fãs

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Renato Portaluppi até faz alguma ideia, mas não tem a exata noção da idolatria que carrega junto ao torcedor gremista, a ponto de não se permitir sair à rua em Porto Alegre para evitar uma espécie de histeria coletiva. A vida da “santidade” tricolor fica restrita do quarto de um hotel onde mora, na Zona Norte, ao CT Luiz Carvalho, nos treinos, Arena, nos jogos, e aeroporto, nas viagens.

 

Em entrevista à RBS TV  Renato classificou o local de sua moradia como a “Alcatraz” gaúcha. Disse que só desce para a piscina do estabelecimento quando não há ninguém por perto. Enquanto o clube mudou a concentração dos jogadores do hotel na zona norte da cidade para outro em uma região mais central, o treinador preferiu manter seu endereço. Justamente pelo movimento mais “sossegado” em uma zona de menos badalação.

 

 

As viagens ao Rio de Janeiro nos dias de folga para visitar a família mostram onde o técnico se sente realmente em casa. Mas Renato não é alheio aos súditos. Justifica as poucas aparições em público também pela timidez. Por isso, costuma andar de óculos escuros e boné.

– Muita gente me fala isso (de idolatria), mas não me passa pela cabeça. É muito difícil, quando a pessoa está dentro da situação, enxergar as coisas. Quem está ao redor, talvez enxerga um pouco mais. O meu objetivo aqui no Grêmio é ganhar títulos para fazer torcedores felizes. O mais importante é a felicidade deles – destaca Renato.

 

A convite da RBS TV, cinco torcedores que possuem alguma ligação com o maior ídolo da história do clube surpreenderam-no durante a entrevista no pátio do hotel que lhe serve de residência. Antes de encontrá-los, Portaluppi chorou ao assistir a depoimentos de agradecimento por tudo que fez com a camisa do Grêmio.

– É como se eu fosse ver um deus sem ir para o céu – resumiu Carlos Eduardo Ferreira, que incluiu “Portaluppi” na assinatura da carteira de identidade. – Ele poderia estar na praia hoje, podia estar em casa. Não. Ele está botando a cara a tapa, disputando mais um título para o Grêmio. Só quero poder dar um abraço nele e dizer muito obrigado.

 

 

Mathias Cardoso Mariano encontrou uma forma de perpetuar a idolatria. Levou com ele um tatuador e pediu para Renato autografar seu antebraço. Com o modelo pronto, gravou em tinta a assinatura. Ainda citou diversas nuances da “santidade” tricolor.

 

– Há várias entidades Renato. Tem o jogador campeão do mundo, o treinador do penta da Copa do Brasil, que terminou com os 15 anos, e tem o Renato autêntico, que vive sem pensar muito o que os outros vão falar. E isso está sendo uma liberdade até para mim. Para fazer a tatuagem, o objetivo é me espelhar nessa autenticidade dele. Pensei muito no que os outros vão pensar e estou tendo o meu dia de Renato – explicou Mariano.

 

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