Rui Car
04/10/2017 09h30 - Atualizado em 04/10/2017 08h23

Seleção contra a altitude: só oito horas em La Paz e um cilindro de ar para cada titular

Objetivo é minimizar os efeitos clínicos

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Globo Esporte

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Não existe uma forma de acabar com os efeitos da altitude de La Paz em pouco tempo. Mas é possível minimizá-los. E foi pensando nisso que a comissão técnica da Seleção montou a estratégia para enfrentar a Bolívia, na próxima quinta-feira, nos temidos 3.640 metros da capital boliviana. O Brasil passará apenas oito horas na cidade e levará um cilindro de ar para cada titular, onze no total.

 

 
 

Delegação brasileira ficará apenas oito horas em La Paz e levará 11 cilindros de oxigênio (Foto: Pedro Martins / MoWA Press)Delegação brasileira ficará apenas oito horas em La Paz e levará 11 cilindros de oxigênio (Foto: Pedro Martins / MoWA Press)

Delegação brasileira ficará apenas oito horas em La Paz e levará 11 cilindros de oxigênio (Foto: Pedro Martins / MoWA Press)

 

– A altitude assusta muitas pessoas, mais por desconhecimento do que propriamente pela situação. Existem três efeitos que ela provoca: fisiológicos, mecânicos e clínicos. A nossa estratégia é para diminuir os clínicos: dor de cabeça, mal estar… Levaremos o que é necessário para evitar isso. O que falta lá em cima é ar. A densidade é menor, assim como a quantidade de oxigênio que entra no pulmão.

 

Vamos levar onze cilindros, um para cada jogador que iniciar o jogo. A ideia é que os titulares possam usar o oxigênio para se recuperar mais rapidamente no intervalo – explicou o fisiologista da Seleção, Luiz Antonio Crescente.

Nesta quarta-feira, a Seleção treina pela manhã na Granja Comary. O voo fretado para Santa Cruz de la Sierra, cidade a 400 metro do nível do mar, está marcado para 17h30. É lá que a delegação vai dormir. A ida para La Paz será apenas na quinta-feira, dia do jogo. Segundo estudos, os efeitos só ocorrem de seis a oito horas após a exposição. A ideia da comissão técnica é que isso aconteça apenas após os 90 minutos.

 

LOGÍSTICA CONTRA A ALTITUDE*

  • 14h10 – Chegada em La Paz
    15h20 – Chegada ao estádio
    17h – Bolívia x Brasil
    20h30 – Jantar
    22h30 – Voo para São Paulo
    *no horário de Brasília

 

– Não é imediato. Por isso vamos chegar em cima da hora e sairemos depois do jogo. Até mesmo para acelerar a recuperação de olho na partida contra o Chile. Em relação aos efeitos fisiológicos e mecânicos, precisaríamos de três semanas a um mês. É impossível. Por isso vamos minimizar os sintomas que sentimos quando estamos lá. Sabemos que os componentes existem e vamos enfrentá-los por mais que seja uma reação individual. Alguns vão sentir mais, outros nem tanto.

 

A Seleção tem chegada em La Paz prevista para 14h10 (de Brasília) de quinta-feira, dia do jogo. A bola rola às 17h. O voo para São Paulo está marcado para 22h30. Serão apenas oito horas na cidade, estratégia totalmente diferente da utilizada pela Seleção nos 2.850 metros de Quito.

 

Explica-se: os 800 metros de diferença para La Paz fazem muita diferença. É o que Crescente chama de ”altitude média” e ”altitude grande”. No Equador, em setembro do ano passado, na estreia de Tite, o Brasil chegou três dias antes. Em campo, nada de problemas e vitória sobre os donos da casa por 3 a 0.

 

Em Quito (2.850 metros), a Seleção chegou três dias antes do jogo e não teve problemas com a altitude. Mas em La Paz (3.640 metros) a diferença é grande (Foto: AP )Em Quito (2.850 metros), a Seleção chegou três dias antes do jogo e não teve problemas com a altitude. Mas em La Paz (3.640 metros) a diferença é grande (Foto: AP )

Em Quito (2.850 metros), a Seleção chegou três dias antes do jogo e não teve problemas com a altitude. Mas em La Paz (3.640 metros) a diferença é grande (Foto: AP )

 
 
 

– Quito é hoje considerada uma altitude média. Os efeitos não são tão fisiológicos, e sim mecânicos: o peso do corpo e da bola. Chegamos três dias antes e nossa estratégia era fazer eles se adaptarem e sofrerem menos com os efeitos do jogo. La Paz é diferente, uma grande altitude. O efeito fisiológico é maior, a perda de condição de recuperação é maior. Três dias não serviriam para nada – analisou Crescente.

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