Rui Car
15/02/2022 16h03

Sem definições para a Série B, Brusque tem até cinco possibilidades de estádio

Diretoria trabalha em diversas opções, na expectativa de que uma dê certo; CBF concede exceções ao clube desde 2019

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Danilo Rezini, presidente do Brusque (Foto: Jefferson Alves / Brusque FC)

Danilo Rezini, presidente do Brusque (Foto: Jefferson Alves / Brusque FC)

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Faltando pouco mais de dois meses para o início da Série B do Campeonato Brasileiro, o Brusque ainda não tem certeza sobre onde jogará a principal competição de seu calendário. Já reconhecendo que um novo estádio na cidade não deverá ser inaugurado em 2022, o presidente Danilo Rezini cogita diversas opções, que envolvem desde as mais óbvias (Florianópolis e Joinville), até as mais inusitadas (Balneário Camboriú e Jaraguá do Sul).

 

Há também possibilidade de uma nova exceção concedida pela CBF para que a casa quadricolor na Série B continue sendo o Augusto Bauer, que não tem a capacidade mínima exigida por regulamento (10 mil torcedores sentados).

 

A única certeza é que a estreia na Série B de 2022 será jogada fora de Brusque. O motivo é a punição ao clube com a perda de um mando de campo por conta do caso de injúria racial contra o meia Celsinho no jogo contra o Londrina, em 28 de agosto. Portanto, o jogo contra o Guarani, na primeira rodada, não será disputado no Augusto Bauer. A solução mais provável é o Orlando Scarpelli.

 

Florianópolis e Balneário Camboriú

 

No mais, o clube não tem casa definida para a Série B. A possibilidade mais conversada é a do aluguel do estádio Orlando Scarpelli, do Figueirense. O presidente Danilo Rezini já esteve em contato com o presidente do Figueirense, Norton Boppré. Cabe ao Brusque oficializar e documentar o pedido, listando as datas dos jogos que tem como mandante, para que a diretoria alvinegra analise e tome uma decisão.

 

É muito bem vista por Rezini a opção Balneário Camboriú. O Estádio das Nações, que é municipal, passou por reforma recente e está em bom estado. Falta a capacidade de público, o que a diretoria quadricolor acredita que seja possível de resolver com a instalação de arquibancadas metálicas. Ainda não há conversas oficiais entre o clube e a prefeitura. Uma das principais vantagens estaria na curta distância.

 

Joinville

 

Também já foi feito um contato com o presidente do Joinville, Charles Fischer, sobre a possibilidade de alugar a Arena Joinville. Fischer está de acordo com o Brusque, mas é necessário que o pedido passe pela prefeitura, já que o estádio é municipal. As condições do gramado e da iluminação da Arena Joinville são piores em relação às encontradas no Orlando Scarpelli, o que faz com que a capital seja a primeira opção.

 

Após visitar o estádio João Marcatto na vitória do Brusque sobre o Juventus por 2 a 1 no domingo (13), Danilo Rezini chega ainda a tratar Jaraguá do Sul como uma possibilidade mais remota. O local precisaria passar por melhorias, incluindo a ampliação da capacidade por meio de arquibancadas móveis.

 

Augusto Bauer

 

Jogar no Augusto Bauer também passa pelo proprietário do estádio: o Carlos Renaux. Mantido o aluguel, seria necessário chegar a um acordo para a retirada ou ocultação das placas de publicidade no muro do lado oposto ao das arquibancadas cobertas. Ali estão expostas marcas parceiras do Vovô.

 

A CBF não aceita a exposição de outras marcas que não sejam as patrocinadoras das competições que organiza. O assunto já foi debatido por Brusque e Carlos Renaux no ano passado. O tricolor decidiu não ceder e o quadricolor chegou a ser multado em primeira instância no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Portanto, as placas de publicidade tornam-se um ponto importante na possibilidade de o Brusque continuar no Augusto Bauer.

 

A suspensão do leilão do Complexo Esportivo do Sesi deixou poucas esperanças de que um novo estádio em Brusque fique pronto e apto para receber jogos ainda em 2022. Para este leilão, a diretoria conta com a possibilidade de que a Havan faça o arremate e inicie a construção. A empresa já confirmou que tentará a compra.

 

Precedentes

 

Danilo Rezini não descarta a possibilidade de a CBF fazer vista grossa em relação à exigência da capacidade mínima e permitir que o Brusque jogue a Série B novamente no Augusto Bauer. Exceções vêm sendo abertas em favor do clube há quase três anos, e o clube vai buscar este entendimento com a entidade.

 

Na Série D de 2019, o Brusque mandou todas as suas partidas no estádio Augusto Bauer. Contudo, isto não seria possível, de acordo com o regulamento. Consta no artigo 24 do regulamento específico da competição que “para as partidas da quarta, quinta e sexta fases os estádios deverão ter capacidade mínima de 5.000 (cinco mil) espectadores sentados e sistema de iluminação adequado para partidas noturnas.”

 

O Augusto Bauer não possui capacidade para 5 mil torcedores sentados. Esta é a capacidade máxima contando com a chamada “geral”, com torcedores de pé no alambrado. Ainda assim, o Marreco disputou quartas de finalsemifinal e final no Augusto Bauer.

 

Em 2020, o Brusque não poderia jogar no estádio na quarta fase da Copa do Brasil e nem na segunda fase da Série C, porque o estádio não tem capacidade para 10 mil torcedores. Como naquele momento da pandemia não era permitida a entrada de público, o clube não precisou deixar o Gigantinho.

 

Na temporada seguinte, o mesmo se repetiu para a Série B, mas o quadricolor foi obrigado a investir em melhorias nos vestiários, na iluminação, e na construção de novas cabines de imprensa. O retorno do público começou sendo liberado, e o Augusto Bauer passou a receber público na Série B, com a torcida ficando apenas nos lugares sentados. No jogo que garantiu a permanência, contra o Operário-PR, em 19 de novembro, teve público de 1.733 torcedores.

 

Fonte: João Vítor Roberge / O Município
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