Rui Car
23/12/2017 11h11 - Atualizado em 23/12/2017 08h25

Técnico da seleção, José Roberto diz que convocaria Tiffany: “Elegível para jogar”

Tricampeão olímpico diz que primeira transexual a jogar a Superliga poderia ter um lugar na seleção

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Primeira transexual a jogar a Superliga feminina de vôlei, defende o Bauru nesta temporada, Tiffany pode ter um lugar na seleção nacional. Quem disse isso é o próprio técnico da equipe brasileira, José Roberto Guimarães, que também dirige o Barueri. Após a derrota para o Sesc/Rio de Janeiro na última sexta-feira, o tricampeão olímpico foi curto e direto ao falar sobre a ponteira:

 

– Eu acho que se ela foi elegível pelo Comitê Olímpico Internacional, pela Federação Internacional de Vôlei, pela Confederação Brasileira, ela é elegível para jogar em qualquer lugar, até na seleção brasileira. Se ela tiver nível, ela pode jogar sim na seleção – disse José Roberto.

 

 

José Roberto Guimarães (Foto: Gaspar Nobrega/inovafoto/Hinode)José Roberto Guimarães (Foto: Gaspar Nobrega/inovafoto/Hinode)

José Roberto Guimarães (Foto: Gaspar Nobrega/inovafoto/Hinode)

 

É sempre importante constatar que a jogadora do time do interior paulista está seguindo a determinação do Comitê Olímpico Internacional (COI), que libera a participação de jogadoras trans entre as mulheres caso o nível de testosterona – hormônio masculino no corpo humano –, esteja abaixo dos 10 nanogramas (ng). O de Tiffany é de 0,2 ng.

 

 

A jogadora, recentemente, foi destaque da vitória do Bauru sobre o Pinheiros, marcando 25 pontos. No jogo contra o Fluminense, na sexta-feira, a jogadora foi uma das principais pontuadoras do time na derrota para as cariocas. Ela diz sonhar em jogar na seleção

 

 

Tiffany Abreu, ponteira/oposta do Vôlei Bauru (Foto: Marcelo Ferrazoli/ Vôlei Bauru)Tiffany Abreu, ponteira/oposta do Vôlei Bauru (Foto: Marcelo Ferrazoli/ Vôlei Bauru)

Tiffany Abreu, ponteira/oposta do Vôlei Bauru (Foto: Marcelo Ferrazoli/ Vôlei Bauru)

 

Nascida de uma família pobre de Goiás, Tiffany sequer conheceu o pai e teve que ajudar a família desde criança. Consciente de que não poderia contar com apoio financeiro em casa, foi pelo vôlei que vislumbrou a chance de realizar o maior sonho da vida: o de se tornar uma mulher por completo. Foi então que Rodrigo Pereira de Abreu saiu de casa em busca de dinheiro para fazer a transição de genêro.

 

Antes de jogar pela Superliga feminina, Tiffany entrou em quadra ainda como Rodrigo pela Superliga A e B no Brasil e em outros campeonatos masculinos nas ligas da Indonésia, Portugal, Espanha, França, Holanda e Bélgica. Quando defendia um clube da segunda divisão belga, resolveu concluir a transição de gênero, deixando o Rodrigo no passado.

 

 

Tifanny, jogadora trans de vôlei (Foto: Arte/ TV TEM)Tifanny, jogadora trans de vôlei (Foto: Arte/ TV TEM)

Tifanny, jogadora trans de vôlei (Foto: Arte/ TV TEM)

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