Primeira transexual a jogar a Superliga feminina de vôlei, defende o Bauru nesta temporada, Tiffany pode ter um lugar na seleção nacional. Quem disse isso é o próprio técnico da equipe brasileira, José Roberto Guimarães, que também dirige o Barueri. Após a derrota para o Sesc/Rio de Janeiro na última sexta-feira, o tricampeão olímpico foi curto e direto ao falar sobre a ponteira:
– Eu acho que se ela foi elegível pelo Comitê Olímpico Internacional, pela Federação Internacional de Vôlei, pela Confederação Brasileira, ela é elegível para jogar em qualquer lugar, até na seleção brasileira. Se ela tiver nível, ela pode jogar sim na seleção – disse José Roberto.
É sempre importante constatar que a jogadora do time do interior paulista está seguindo a determinação do Comitê Olímpico Internacional (COI), que libera a participação de jogadoras trans entre as mulheres caso o nível de testosterona – hormônio masculino no corpo humano –, esteja abaixo dos 10 nanogramas (ng). O de Tiffany é de 0,2 ng.
A jogadora, recentemente, foi destaque da vitória do Bauru sobre o Pinheiros, marcando 25 pontos. No jogo contra o Fluminense, na sexta-feira, a jogadora foi uma das principais pontuadoras do time na derrota para as cariocas. Ela diz sonhar em jogar na seleção
Nascida de uma família pobre de Goiás, Tiffany sequer conheceu o pai e teve que ajudar a família desde criança. Consciente de que não poderia contar com apoio financeiro em casa, foi pelo vôlei que vislumbrou a chance de realizar o maior sonho da vida: o de se tornar uma mulher por completo. Foi então que Rodrigo Pereira de Abreu saiu de casa em busca de dinheiro para fazer a transição de genêro.
Antes de jogar pela Superliga feminina, Tiffany entrou em quadra ainda como Rodrigo pela Superliga A e B no Brasil e em outros campeonatos masculinos nas ligas da Indonésia, Portugal, Espanha, França, Holanda e Bélgica. Quando defendia um clube da segunda divisão belga, resolveu concluir a transição de gênero, deixando o Rodrigo no passado.