Rui Car
21/08/2017 08h36

Time acusa o golpe, e Cuca parece cada vez mais isolado no Palmeiras

Frustrações ao longo da temporada minam a confiança dos jogadores

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Globo Esporte

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A conta chegou ao Palmeiras. E isso nada tem a ver com os investimentos da patrocinadora para a temporada. O preço pago pelos jogadores após outra derrota, desta vez para a Chapecoense (2 a 0), no último domingo, em casa, foi ouvir a torcida chamar o time de “sem vergonha”. Com a confiança do grupo em baixa e um treinador cada vez mais distante, o clube tão badalado do início de 2017 caminha para um fim de ano melancólico dadas as expectativas depositadas nele.

 

Claro que a porrada mais forte veio na eliminação para o Barcelona de Guayaquil. A Libertadores não é obsessão apenas no grito de guerra tradicional dos palmeirenses. Era também da Crefisa, da diretoria, do treinador, dos atletas…

 

 

Mas some à maior frustração outras menores, porém, também dolorosas: Campeonato Paulista e Copa do Brasil. Até a quarta-feira restrasada, dia da queda na Liberta, pareciam tropeços sem tanta importância. Agora, depois de um revés para a Chape, que luta para não ser rebaixada no Campeonato Brasileiro, ganham peso dobrado.

 

Tudo se multiplica quando a fase não é boa.

– Lógico que a gente se sente envergonhado. Acho que o sentimento do torcedor é o mesmo de nós, jogadores. Cara, a gente não entra aqui para perder de maneira alguma – disse o experiente Edu Dracena, de 36 anos, tão habituado aos altos e baixos repentinos do esporte.

 

– A gente que está no futebol há muito tempo sabe que, para você encaixar as peças, não é uma conta exata no futebol, contratar bons jogadores que você vai ter bom time – concluiu Dracena.

 

Algumas dessas peças nitidamente não encaixaram no Palmeiras, como Borja e Michel Bastos, ou caíram de rendimento junto com os insucessos da equipe, casos de Róger Guedes, Tchê Tchê…

 

palmeiras chapecoense (Foto: Marcos Ribolli)palmeiras chapecoense (Foto: Marcos Ribolli)

(Foto: Marcos Ribolli)

 

Seria momento do treinador vir a público e blindar um grupo machucado, exposto. Cuca, porém, em batalha particular com a direção, preferiu um caminho mais individualista no discurso:

 

– Não posso repensar as coisas que faço, porque não faço as coisas erradas. Se eu estivesse errando, seria o primeiro a reconhecer.

O técnico campeão brasileiro de 2016 sabe o tamanho do cacife que tem no clube e na arquibancada. Ao se eximir da culpa minutos após a equipe ser xingada pela torcida, apostou tudo na própria imagem. Acho pouco provável que algum atleta do time tenha gostado de escutar isso.

 

Cuca já assumiu a rédea quando afastou Felipe Melo justificando que, futuramente, o volante traria problemas ao grupo. Desta vez, parece ele mesmo ter criado um do tamanho da decepção dos palmeirenses.

Justen Celulares