A despedida de Aloísio Chulapa parou Atalaia. Ele reuniu ídolos do São Paulo, chamou amigos que fez no futebol e até deu brecha para torcedores que quisessem participar da despedida. Bastava desembolsar R$ 1 mil. Chegou gente de São Paulo, do Ceará, da Bahia e também conterrâneos de Chula. Um deles saiu mais cedo da festa.
Morador de Atalaia, Iran Tenório não teve tanta sorte na partida. Pagou, começou como titular e trombou logo com Aloísio no primeiro minuto de partida. Resultado: caiu de mau jeito sobre o braço esquerdo e saiu de campo. Acompanhou a festa do banco de reservas.
– Na verdade, foi um lance comum. Ele com o corpo que tem, é mais forte e aí não tem como. Não consegui suportar e acabei caindo de mau jeito. Gastei mil reais com mais uns cem de taxa. Sou flamenguista, mas torço pelo Aloísio desde os tempos que ele jogou lá – contou Iran.
Gente de todo o Brasil
Não foi fácil para Aloísio juntar tantos amigos do futebol em Atalaia. Logística complicada para hotéis, agendas e voos. Mesmo assim, Marta, Rogério Ceni, Lugano, Josué, Amoroso, Fabão, entre outros famosos, marcaram presença no Estádio Luizão… Lista grande. E essas feras jogaram contra torcedores que pagaram para ter uma tarde ao lado dos ídolos.
– É um prazer estar nessa despedida. Sou são-paulino doente, já fui ver o São Paulo jogar fora, mas essa foi a maior loucura. Esse tipo de ação foi a primeira. É um negócio que não tem preço, não tem como dimensionar. O nosso grupo veio de São Paulo para essa festa com 17 pessoas – disse Luiz Turatti.
Outros torcedores, não são-paulinos, também pegaram a estrada e fizeram questão de participar da festa.
– Saí de Rio Real, interior da Bahia, na divisa com Sergipe. Foram 500km na estrada e umas cinco horas de viagem. Vale a pena participar de uma festa como essa, com jogadores famosos e campeões mundiais. Sou torcedor do Bahia, valeu o sacrifício, mas não vou nem querer fazer as contas do custo da viagem. O momento foi de diversão – disse o baiano Alexandre Vinícius.
Também nordestino, o torcedor do Fortaleza, Cleudo Nogueira, encarou mais tempo na estrada. Tudo para ver e conversar com o treinador do seu clube, Rogério Ceni.
– Foram mais de 16 horas de viagem. Vale tudo a pena para ver o Rogério Ceni, é um ídolo do Tricolor paulista e agora vai ser do Tricolor do Leão do Pici. Sou Fortaleza, o Rogério agora é Fortaleza e vamos ser campeões do Cearense e subir para Série A. Ele até ficou muito feliz quando me viu com a camisa do Fortaleza – contou Cleudo.