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Na semana da estreia na Série C do Campeonato Brasileiro, e faltando poucos dias para a eleição que renovará o seu Conselho Deliberativo, o Criciúma encarou um protesto na manhã desta terça-feira (25). Um torcedor estendeu três faixas no portão do estádio Heriberto Hülse, com mensagens contra o atual presidente do Conselho, Carlos Henrique Alamini. Uma emissora de rádio e um comentarista da cidade também foram alvos da manifestação.
— O mesmo que colocou deve ter tirado a faixa. Colocou, fez a foto e saiu, já que ninguém do clube viu. Quando viram as fotos nas redes sociais, as faixas não estavam mais lá — aponta Alamini. — Isso só vem para perturbar nesse momento. É uma falta de respeito com alguém que está há 12 anos se doando para o clube — emenda, sem esconder o incômodo com o “Fora, Alamini” constante em algumas das faixas.
O protesto veio à tona no mesmo dia em que foi divulgado o edital que determina as regras para a eleição que renovará o Conselho Deliberativo do Criciúma, no próximo dia 10. Dois grupos estão com nominatas inscritas, o “Criciúma mais forte”, associado à situação no clube, e o “Revigoração”, identificado com pensamentos de oposição à atual gestão do Conselho. — Todos os sócios patrimoniais adimplentes poderão votar — lembra Alamini. O Criciúma tem 300 conselheiros e 194 cadeiras estarão em disputa. As demais cabem a ocupantes vitalícios. Serão eleitos, ainda, 30 suplentes.
Polêmica da última reunião
A manifestação do torcedor deriva, na análise do próprio presidente Alamini, de uma recente reunião do Conselho Deliberativo, na qual ele não permitiu o acesso de dois sócios patrimoniais do clube que pediram para participar.
— Era uma reunião importante, com uma pauta densa e itens fundamentais para votar. Usei o direito que me faculta, de dar acesso somente aos conselheiros. Se abrir precedente, criamos problemas até com as autoridades de saúde, que limitam a dimensão das reuniões presenciais — defende-se Alamini.
Eleição presidencial
O presidente do Criciúma, Anselmo Freitas, manifestou há poucos dias a intenção de antecipar a eleição à sua sucessão, prevista para novembro. — Também entendemos que seria necessário eleger o novo presidente antes, entre agosto e setembro, mas o estatuto não permite — esclarece Alamini. — O novo Conselho que vai ser eleito tratará disso. Se conseguirem a alteração do estatuto, será possível antecipar a eleição — reforça.
O mandato de Anselmo Freitas é tampão, para concluir o período de Jaime Dal Farra, que renunciou no fim de 2020, e se estende em dezembro. Nos bastidores, o entendimento é de que Freitas buscará a eleição, mas que pede a antecipação para planejar a próxima temporada, na qual o Criciúma terá o desafio de disputar, pela primeira vez em sua história, a Série B do Campeonato Catarinense.
Uma das pautas polêmicas da recente reunião do Conselho tratou sobre o distrato do contrato com a GA, stora que terceirizou o futebol do Criciúma até o ano passado. Entre os aspectos que geraram indagações, estava o orçamento do clube, que aponta para uma dívida de R$ 8 milhões do Criciúma com o antigo parceiro.
— De fato, essa dívida está reconhecida. Ela resulta de déficits sucessivos que a GA teve o Criciúma ao longo de 2020. Esse déficit somou R$ 8 milhões , agora, o orçamento prevê que as vendas de atletas promovidas pelo Criciúma até março do ano que vem serão utilizadas para liquidar essa dívida. Se nenhum jogador for vendido até lá, a dívida será perdoada — garante Alamini. Uma das expectativas de arrecadação do Criciúma é a possível venda do zagueiro Nino, que está no Fluminense, tem origem no Tigre e poderá resultar em R$ 5 milhões para o clube catarinense.
A bola vai rolar
Dentro de campo, o Criciúma estreia na Série C do Brasileiro no próximo sábado (29). O time do técnico Paulo Baier (contratado do Próspera logo após o Catarinense, que fará sua estreia na função no clube) encara o Ituano a partir das 17 horas no estádio Heriberto Hülse.