m mês e três dias depois de ficar frente a frente com a morte, o atacante Charles, do Fast, voltou a campo pela primeira vez, nesta quinta-feira. Com pouco ritmo, como era de se esperar, ele ficou apenas 23 minutos em campo, e apesar do empate que eliminou seu time no Campeonato Amazonense, não escondeu a felicidade em voltar a fazer aquilo que gosta.
Ele conta que a confiança ao retornar a campo naturalmente não é a mesma de antes, e que hesitou em algumas divididas, principalmente por ter entrado em um momento do jogo em que o Fast precisava muito de pelo menos um gol para seguir vivo na disputa.
– A sensação de jogar de novo foi muito boa, pena que não saímos com a vitória. Procurei evitar algumas disputas de cabeça até que a confiança retorne, mas isso é normal – disse.
Charles sabe que ainda está longe da forma ideal. Com a expectativa de voltar a render bem ainda na Série D, acredita que a dedicação nos treinamentos e na reta final do processo de recuperação pode fazer a diferença.
– Por enquanto só aguento jogar de 20 a 30 minutos, e quase não treinei ainda. Vou trabalhar para voltar bem o mais rápido possível e ajudar meus companheiros nas partidas que ainda temos na temporada – concluiu.
Entenda o caso
No dia 29 de abril, no primeiro minuto de jogo entre Fast e Nacional, pela 11ª rodada do Campeonato Amazonense, o jogador fastiano, Charles Chenko, sofreu convulsão e início de parada cardíaca após uma pancada na cabeça. Na ocasião, a ambulância que atendeu o jogador não tinha desfibrilador e o quarto árbitro pegou um aparelho que estava na mesa do repressentante da CBF. E é justamente este aparelho que o diretor da FAF afirma que é da entidade e não da administração da Arena da Amazônia.
Por meio de massagem cardíaca conseguiram reanimar o jogador antes de colocá-lo na ambulância. O atleta seguiu para o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Alvorada, próximo do estádio, e depois foi transferidos, sob sedativos, para o Ponto Socorro João Lúcio, na Zona Leste de Manaus.
Charles recebeu alta no início do mês e desde então é acompanhado pelos médicos através de exames periódicos. Há cerca de duas semanas, Fast e Federação Amazonense de Futebol foram condenados à multas de R$ 100 e R$ 500 respectivamente por não terem conseguido provar ao Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM), que havia um desfibrilador na Arena da Amazônia no momento do incidente que pudesse ser utilizado para salvar o jogador.