Rui Car
01/05/2017 09h30 - Atualizado em 01/05/2017 08h42

Uma peça é suficiente para Mancini dar xeque-mate em final com Avaí

Volantes tiveram papel determinante na Ressacada

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Globo Esporte

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Vagner Mancini falou recentemente que futebol é como um jogo de xadrez. Na últimas duas partidas, o treinador comprovou em campo sua teoria. Uma peça! Uma única peça alterada fez a diferença entre a péssima atuação diante do Nacional, em Montevidéu, e a performance segura contra o Avaí, que deixou a Chapecoense muito próxima do título catarinense. Ao trocar Nathan por Moisés Ribeiro, o treinador deixou o time mais seguro, mais equilibrado e deu liberdade para Luiz Antonio garantir a vitória por 1 a 0, na Ressacada.

 

 

Facilmente batida no Uruguai, a Chape entrou em campo ainda preocupada defensivamente. O esquema com Apodi na lateral direita e João Pedro no meio-campo seguiu na gaveta. Mas desta vez se mostrou uma equipe mais disposta a jogar. Moisés Ribeiro protegia a defesa como cabeça de área e dava liberdade para Luiz Antonio voltar a desempenhar o papel que o tornou protagonista na vitória sobre o Zulia e no começo da arrancada de oito triunfos consecutivos. Antes de falar do papel do ex-jogador do Flamengo, entretanto, é preciso ressaltar a importância do camisa 5.

 

Por mais que não tenha a mesma qualidade de Girotto no primeiro passe, Moisés não se escondeu do jogo e fez a bola girar no campo defensivo. Mais do que isso, era ele o responsável sempre pelo combate inicial aos avaianos, o que o transformava em alvo também a cada desarme. O perde e ganha no círculo central enervou os donos da casa, até que Capa, em disputa aérea com o próprio Moisés, levantou demais o cotovelo e foi expulso. Ali, a opção de Mancini já tinha valido a pena. Tinha ainda a parte ofensiva.

 

Com obrigações na marcação nas últimas partidas, Luiz Antonio se mandou para o ataque. Foi dele o primeiro chute a gol, de longa distância. A maioria das jogadas ofensivas passavam também por seus pés, até que o volante com cara de meia interceptou cruzamento de Arthur para Wellington Paulista, limpou da esquerda para direita e abriu o placar. Gol da Chape, méritos para Mancini. Com a mudança de esquema tático, o Verdão tinha posse de bola inteligente, no campo ofensivo, e administrava um rival que sequer assustava o gol de Artur Moraes.

 

 

Mesmo com a expulsão de Andrey Girotto, a Chapecoense ficou confortável, e muito por sua formação. Luiz Antonio perdeu a liberdade, mas recuou e deu qualidade a saída de bola para apostar em contra-ataques que não encaixaram. Se o segundo gol esteve distante, a Chape também pouco sofreu riscos de empate e, mesmo fora de casa, administrou bem o placar, com exceção dos minutos finais.

 

Ao trocar Luiz Antonio por Nathan, Mancini voltou ao esquema com três zagueiros – por mais que o ex-palmeirense se posicionasse como um cabeça de área – e deu espaços como ainda não tinha acontecido. Menos mal que Denilson e Romulo chutaram sem direção já nos minutos finais. Entre prós e contras, o saldo verde foi altamente positivo. Ficou a lição do que deu errado em Montevidéu e quem pagou o pato foi o Avaí. Domingo, às 16h (de Brasília), a Arena Condá recebe o capítulo final dessa história.

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