Rui Car
13/05/2019 08h48

Vasco tem nova tarde desastrosa, e Valadares passa bastão a Luxemburgo

Clube segue na última colocação do Campeonato Brasileiro

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Globo Esporte

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O Vasco teve, neste domingo, mais uma tarde desastrosa e para ser lembrada como exemplo do que não deve ser feito durante o Campeonato Brasileiro. Pela quarta rodada, o Cruz-Maltino perdeu por 3 a 0 para o Santos, no Pacaembu, na despedida de Marcos Valadares do comando da equipe. A partir de segunda, o bastão está com Vanderlei Luxemburgo.

 

Com velhos problemas, como dificuldade para sair jogando, e falhas individuais, o Vasco escapou de ser goleado. O Santos empilhou chances desperdiçadas, principalmente no segundo tempo. O Cruz-Maltino, atrás no placar e praticamente inofensivo, parecia não ter forças para reagir.

 

Agora, Vanderlei Luxemburgo terá a missão de corrigir problemas deste e de tantos outros jogos do Vasco na temporada. Veja, abaixo, uma análise da derrota por 3 a 0 para o Santos e de problemas antigos para serem aprimorados:

 

Saídas de bola pressionadas pela zaga do Santos

O primeiro tempo foi quase todo do mesmo jeito: o Santos pressionando a saída de bola do Vasco, que não conseguia fugir para contra-atacar. Sem saída, o time comandado por Marcos Valadares, em vez de optar pelo óbvio e afastar o perigo quando se via encurralado, entregava oportunidades no colo do adversário.

 

Jorge chuta, e jogadores do Vasco tentam bloquear — Foto: Marcos RibolliJorge chuta, e jogadores do Vasco tentam bloquear — Foto: Marcos Ribolli

Jorge chuta, e jogadores do Vasco tentam bloquear — Foto: Marcos Ribolli

 

Antes mesmo do primeiro e do segundo gols, que saíram justamente em lances em que o Vasco perdeu a bola na defesa, o Santos já desperdiçara chances de abrir o placar. Com três zagueiros e só um que tem mais habilidade para sair jogando, Ricardo, o Cruz-Maltino foi completamente dominado.

 

Buraco no meio de campo

Mais uma vez sem meia de armação em campo, o Vasco se viu sem qualquer criatividade e com um buraco enorme no meio de campo. Na formação de Marcos Valadares, Pikachu virou ala pela direita, Danilo Barcelos pela esquerda, e Rossi e Marrony, que poderiam ajudar na criação, também ficaram abertos. As únicas chances criadas pelo Vasco foram em bolas rápidas pelos lados, como em cruzamento de Rossi para Maxi López. O gol anulado do centroavante, que saiu após uma jogada pelo meio, foi o único lance em que os jogadores abertos fecharam para se aproximar do camisa 11. Mesmo assim, saiu após uma bola rebatida, não em algo construído.

 

Sidão em tarde ruim

O goleiro, contratado para disputar posição com Fernando Miguel, teve uma tarde terrível no Pacaembu. Apesar de algumas defesas difíceis, falhou nos dois primeiros gols e ainda teve dificuldade em lances simples com a bola nos pés, por exemplo. Como “prêmio”, teve seu nome gritado ironicamente pela torcida do Santos.

Sidão em ação contra o Santos — Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.comSidão em ação contra o Santos — Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.com

Sidão em ação contra o Santos — Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.com

Time todo espaçado no segundo tempo

Em busca de pelo menos um empate depois de levar 2 a 0, o Vasco se lançou ao ataque. Marcos Valadares tirou Luiz Gustavo e Raul para colocar Andrey e Bruno César. O esquema, inicialmente 3-5-2, passou para um 4-2-3-1. Após a mudança, o Cruz-Maltino passou a ter novos problemas.

 

Antes, a maior dor de cabeça era a dificuldade para sair jogando diante da pressão do Santos no campo de ataque. Depois do intervalo, o Vasco apresentava um grande espaço entre defesa e ataque. Subia com seis, sete jogadores, não conseguia pressionar os donos da casa e ainda se via exposto atrás.

 

O que Valadares entrega para Luxemburgo

O técnico interino volta para o sub-20 para o consagrado Vanderlei Luxemburgo assumir o profissional. Valadares comandou o Vasco em cinco jogos: uma vitória, três derrotas e um empate (cinco gols marcados e 11 sofridos). Agora, o substituto terá missões importantes para recuperar o Cruz-Maltino.

Valadares em sua última partida desta passagem pelo profissional do Vasco — Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.comValadares em sua última partida desta passagem pelo profissional do Vasco — Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.com

Valadares em sua última partida desta passagem pelo profissional do Vasco — Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.com

Definir um esquema

Vanderlei Luxemburgo terá que utilizar o tempo livre para, enfim, definir um esquema para o Vasco. Valadares teve poucos treinos, mas, mesmo assim, optou por variar entre formações com três zagueiros, sem armadores no meio de campo e às vezes com jogadores improvisados, fora de suas posições. Em sua primeira semana como técnico do Vasco, Luxemburgo vai comandar, em pelo menos dois dias, dois períodos de treinamentos. O próximo jogo é só no domingo, às 16h (de Brasília), contra o Avaí.

 

Levantar o astral

Luxemburgo sabe que uma de suas grandes tarefas no Vasco será levantar o moral dos jogadores. Depois de quatro jogos, o Cruz-Maltino é o último colocado do Campeonato Brasileiro, com apenas um ponto. Em campo, apresentam grande queda de rendimento após saírem atrás no placar. É algo a melhorar.

 

 

Relação com a torcida

O próprio Luxemburgo disse, em entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular, que precisa da torcida para que o Vasco saia do momento ruim que vive no Campeonato Brasileiro. A relação, depois de maus resultados nos últimos anos, está longe de ser das melhores e precisará ser estreitada. Depois da derrota para o Santos, inclusive, músicas em tom de protestos foram cantadas nas arquibancadas do Pacaembu: “não é mole, não, tem que ser homem para jogar no meu Vascão” e “time sem vergonha”.

 

Reforços

Luxemburgo não fala sobre a necessidade de reforços, mas o assunto será discutido internamente com o departamento de futebol para que o elenco sofra alterações durante a parada para a Copa América. A ideia é diminuir o número de jogadores e, quem sabe, contratar poucas peças para melhorar setores específicos, como a proteção da zaga.

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