O sinal de alerta está ligado no Corinthians. Menos pela pontuação no Campeonato Brasileiro, ainda confortável na busca pelo título, mais pelo desempenho ofensivo no segundo turno. O ataque é a chave do técnico Fábio Carille para fazer o Timão retomar logo as vitórias.
Com uma semana de preparação até o duelo com o Coritiba, na próxima quarta-feira, às 21h (de Brasília), em Itaquera, Carille tem o desafio de identificar problemas e buscar soluções rápidas.
Alguns dados mostram a queda considerável de rendimento:
- Segundo melhor ataque do primeiro turno, com 32 gols (1,68 por jogo), o Timão tem apenas quatro gols em sete partidas no returno (0,57 por jogo). Só supera o Sport, com um gol marcado no período;
- O Corinthians precisa, agora, de 25,5 finalizações para fazer um gol. No primeiro turno, necessitava de 6,7. Mais uma vez, supera só o Sport nesse quesito;
- Com oito pontos somados em 21 possíveis (38% de aproveitamento), o Timão é apenas o 16º colocado no returno.
– Ainda temos uma diferença, mas não temos de nos ater a ela agora. Temos de achar essa regularidade. As correções e a melhora têm de existir constantemente. Nesse momento de pausa, é refletir bem aquilo que precisa ser feito – afirmou o lateral-direito Fagner, após o empate por 1 a 1 com o Cruzeiro, domingo passado.
É preciso lembrar que o time deve ter reforço fundamental contra o Coritiba: Jô, artilheiro alvinegro no Brasileiro, com 13 gols, está praticamente recuperado de lesão muscular na panturrilha esquerda. Por outro lado, não terá Ángel Romero, Fagner e Gabriel, suspensos.
Com 55 pontos, o líder do Brasileirão tem oito de vantagem para o Santos, segundo colocado. O GloboEsporte.com mostra abaixo três pontos principais para a retomada do Corinthians.
- Sem buscar resultado
O Timão saiu atrás no placar em cinco dos sete jogos no segundo turno – são dois empates e três derrotas. Na primeira metade do Brasileiro, isso aconteceu apenas uma vez: no 2 a 2 contra o Atlético-PR, em Itaquera. A equipe, portanto, ainda não venceu quando teve um resultado adverso no início do jogo.
Isso se deve muito à postura dos rivais, que se fecham quando fazem o gol. No 1 a 1 contra o Cruzeiro, por exemplo, o Timão foi vazado no primeiro tempo e mal conseguiu criar. A equipe celeste deixou campo para zagueiros e laterais trocarem passes, sem eficiência alguma.
- Momento técnico de volta
Os dois principais meias do Corinthians não têm gols, nem assistências no segundo turno. Jadson e Rodriguinho deixaram de ser decisivos, e a recuperação deles é fundamental para que o jogo ofensivo volte a fluir.
Jadson, principalmente, precisa recuperar a confiança. O camisa 10 não tem apresentado o futebol do primeiro semestre e vê Marquinhos Gabriel e Clayson pedirem passagem. Os dois reservas, ao lado de Jô, têm sido os melhores do segundo turno. A tabela abaixo mostra isso.
Artilheiros e garçons do Timão no segundo turno
Jogo | Gol | Assistência |
Chapecoense 0 x 1 Corinthians | Jô | Clayson |
Corinthians 1 x 0 Vasco | Jô | Marquinhos Gabriel |
São Paulo 1 x 1 Corinthians | Clayson | Ninguém (rebote do goleiro) |
Cruzeiro 1 x 1 Corinthians | Clayson | Ninguém (pênalti) |
- Capricho nas finalizações
Como mostramos no início do texto, o Corinthians precisa de 25,5 finalizações para fazer um gol no segundo turno. No primeiro, esse número era bem menor: um gol a cada 6,7 tentativas, melhor marca do campeonato ao lado do Grêmio.
O número também é fruto dos fatores já citados: a postura mais defensiva dos rivais favorece a pressão do Corinthians, que tenta atacar mais e, consequentemente, finalizar mais. O momento técnico ruim, porém, aumenta o índice de erros.
O maior exemplo está na derrota por 1 a 0 para o Atlético-GO: 32 finalizações, nenhum gol. Estatísticas que precisam mudar se o Corinthians não quiser correr riscos na reta final do Brasileirão.