Em Teresina, onde acompanhou a final do Piauiense de vôlei e participou de uma aula especial com crianças de um projeto social, Virna defendeu que a ida de Tiffany, primeira atleta trans a disputar uma competição oficial do calendário da modalidade no país, deve ser feita por uma decisão do técnico José Roberto Guimarães e, se convocada, a oposta do Sesi-Bauru seria “uma força extraordinária”.
Virna defende chance de convocação de Tiffany na Seleção — Foto: Josiel Martins
– Gente, quem tem que resolver isso é o Zé Roberto. Quem somos nós para julgá-la? Se ela é uma atleta aprovada para jogar como mulher no cenário feminino, eu não vejo problema dela ser convocada. Agora, quem decide e vai analisar (convocação) é o Zé Roberto – opinou Virna, bronze em Atlanta 1996 e Sidney 2000.
Tiffany — Foto: Divulgação/Vôlei Bauru
No primeiro semestre do ano, a Federação Internacional de Vôlei (Fivb) encaminhou um documento às federações nacionais informando analisar a situação de atletas transgêneros. A entidade máxima do vôlei mundial anunciou a criação de um grupo de estudo para “definir os critérios de elegibilidade dos atletas nas competições”. Diante do impasse, Tiffany não foi convocada para a Liga das Nações e o Campeonato Mundial.
– Não sei como isso é visto internacionalmente, mas vamos ficar na torcida porque vai ser uma força extraordinária – completou Virna.
Ex-jogadora da Seleção, Virna é tietada em evento no Piauí — Foto: Josiel Martins
Virna em Teresina — Foto: Josiel Martins
Ainda sobre Seleção, Virna comentou sobre a temporada do Brasil em 2018. O time acabou eliminado na segunda fase do Campeonato Mundial, no Japão, interrompendo uma sequência de pódios (com duas pratas e um bronze) que vinha desde 2006. Apesar do resultado ruim, Virna explicou que é preciso ter uma visão mais ampla da Seleção.
Tandara consola Gabi após eliminação na segunda fase do Mundial — Foto: Divulgação/FIVB
– Acho que foi um ano de transição, mudanças. Jogadoras experientes estavam lesionadas ou em repouso pós-lesão. Tivemos outras caras, e os resultados não são aqueles esperados pelo público. Para quem é ligado no vôlei sabe que é um momento de transição- analisou Virna.
E o bicampeão olímpico vai renascer, segundo a ex-atacante.
– Brasil é o time a ser batido, é a equipe que todo mundo quer ganhar. Tenho a certeza de um projeto forte para chegar a Tóquio 2020 – concluiu.