Rui Car
13/06/2017 20h00 - Atualizado em 13/06/2017 16h53

Agricultura é um dos setores mais prejudicados pelas chuvas no Alto Vale

“Nosso povo é trabalhador, guerreiro e conseguirá se reerguer”

Assistência Familiar Alto Vale
Jason Kiefer perdeu a lavoura (Foto e Texto: Helena Marquardt)

Jason Kiefer perdeu a lavoura (Foto e Texto: Helena Marquardt)

Delta Ativa

Lavouras completamente destruídas e tomadas pela lama. Esse é o cenário em boa parte das propriedades rurais do Alto Vale que foram atingidas pelos alagamentos ou mesmo pela grande quantidade de chuva que acabou comprometendo diversas culturas como a soja e também as hortaliças na região.

 

Em Lontras, a cidade mais afetada da Regional de Ibirama, as perdas já contabilizadas no setor somam R$ 1,5 milhão, mas segundo o secretário de agricultura da cidade, Mário Bini, o prejuízo vai muito além desse valor e nem pode ser calculado nesse momento. “Vimos que a área de hortaliças e também a de leite foram as mais atingidas, mas a principal perda foi nos solos e isso não podemos mensurar em valores porque vai desde os nutrientes até a erosão da terra e que vai afetar inclusive os próximos plantios”

 

Ele destacou que toda ajuda será bem vinda para a recuperação da cidade, já que a enchente afeta todos os setores. “Nosso município é bastante agrícola e o próprio comércio se move em torno da agricultura então sabemos que essas consequências serão sentidas em todos os setores, mas vamos trabalhar e auxiliar a população”.

 

Jason Kiefer, foi um dos centenas de agricultores afetados e estima que tenha perdido cerca de R$ 20 mil em verduras, além do equipamento de irrigação que dificilmente poderá ser reutilizado porque foi entupido perla lama. Na sua propriedade, que foi inundada pela terceira vez em menos de cinco anos, a água chegou a 40 centímetros na plantação de brócolis e alface, o que comprometeu totalmente a lavoura. “Ficou tudo debaixo do lodo e não se aproveita mais nada. Agora vamos esperar melhorar o tempo e plantar outra cultura para tentar recuperar o que foi perdido.”

 

Milton Esperandio também perdeu 100% dos 11 hectares de soja que plantou e que já estavam quase em fase de colheita, além de 60% da plantação de feijão, mas como já foi afetado por outras enchentes hoje procura diversificar a produção, o que garante ao menos o pagamento das dívidas e o otimismo. “A gente tem que ir tocando, porque não adianta parar. Sei que na agricultura podemos ganhar e perder, então o jeito é trabalhar.”, ressalta.

 

“Nosso povo é trabalhador, guerreiro e conseguirá se reerguer”

A gerente de Políticas Socioeconômicas Rurais e Urbanas da Agência de Desenvolvimento Regional de birama, Edna Beltrame Gesser, visitou algumas das propriedades mais afetadas e acredita na força dos agricultores do Alto Vale para a recuperação das lavouras, aliada a ajuda do Governo do Estado. “Estamos aguardando a homologação dos Decretos de Emergência e contabilizando todos os dados para definir a melhor forma de ajuda, mas desde já sabemos que nosso povo é muito trabalhador, guerreiro e conseguirá se reerguer”.

 

Ela destaca que nesse momento o Governo já trabalha para conseguir a liberação de recursos estaduais e federais para atender as necessidades de todas as famílias atingidas. Pensando nisso, o governador Raimundo Colombo está em Brasília nesta terça-feira, dia 13, para apresentar oficialmente o relatório dos estragos. Como base nos relatórios preliminares, o pedido de apoio previsto é da ordem de R$ 40 milhões. 

 

Comitiva do governo federal visitou SC

Uma comitiva do governo federal com o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, e ministro de Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, chegou a Santa Catarina na manhã desta segunda-feira, 12. No estado eles sobrevoaram cidades atingidas e se reuniram com lideranças estaduais para tratar do apoio aos municípios.

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