Depois de quatro meses internado, o jovem que estava no carro atingido pelo automóvel do ex-deputado federal por Santa Catarina João Pizzolatti recebeu alta. O carro em que Paulo Marcelo Santos, de 24 anos, dirigia foi um dos três envolvidos no acidente com o político em Blumenau, no Vale do Itajaí, como mostrou o Jornal do Almoço.
Santos disse que foi liberado para ao menos dormir em casa. O tratamento terá continuidade e ele precisará ir ao hospital diariamente. Ele teve três fraturas na perna e queimaduras de terceiro grau. Passou por 11 cirurgias e deve fazer outras nos próximos meses.
A ocorrência foi registrada na tarde de 20 de dezembro do ano passado em Blumenau, na SC-421. O carro de Pizzolatti invadiu a pista contrária e bateu em dois veículos. Ele foi indiciado pelos crimes de embriaguez ao volante e tentativa de homicídio doloso (quando assume o risco de matar).
O veículo de Paulo tombou e pegou fogo. Quem passava pelo local ajudou a virar o carro e apagar as chamas com extintores. Em um vídeo gravado por uma testemunha logo após o acidente, Pizzolatti admitiu que estava bêbado.
Polêmica
Enquanto era feito o resgate, o ex-deputado saiu do carro sozinho e, em alguns minutos, a polícia chegou ao local. Um vídeo mostra os policiais colocando Pizzolatti no porta-malas da viatura.
Logo depois, o irmão Paulo Pizzolatti, ex-prefeito de Pomerode, chegou, o tirou do veículo e o colocou na ambulância. Nenhum socorrista participou desta parte do atendimento e o político foi levado para o hospital sem escolta da polícia. Lá, recusou atendimento e foi embora.
A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) não acompanhou a ambulância. Na época o comandante da Polícia Militar Rodoviária reconheceu o erro.
Fase do processo
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou o ex-deputado por tentativa de homicídio qualificado e embriaguez ao volante. Na quarta-feira (18), a defesa foi intimada.
Nesta quinta-feira (19), o advogado do ex-deputado informou que Pizzolatti mora no mesmo endereço e afirmou estar a par da fase atual do processo e que tem dez dias para se pronunciar.
Pizzolatti concluiu o mandato de deputado em 2015 e não concorreu à reeleição porque foi enquadrado na lei da Ficha Limpa. Ele é investigado na Operação Lava Jato.