Rui Car
24/12/2021 11h38 - Atualizado em 24/12/2021 17h47

Após instabilidade em consulta pública sobre vacinação infantil, estados vão abolir prescrição

Ministério da Saúde cria novo formulário de respostas após sistema apresentar erro

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Vacinação de crianças com a Pfizer já foi autorizada pela Anvisa (Foto: Cristiano Andujar / PMF)

Vacinação de crianças com a Pfizer já foi autorizada pela Anvisa (Foto: Cristiano Andujar / PMF)

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A consulta pública sobre vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 realizada pelo Ministério da Saúde apresentou instabilidade em menos de 12 horas após seu lançamento. Ao submeter a resposta, o sistema mostrava uma mensagem afirmando que já não era mais possível recebê-la.

 

O mecanismo desenvolvido pela empresa Microsoft exibiu um quadro informativo a alguns participantes com a mensagem: “O número máximo de pessoas já respondeu este formulário”. Instantes depois, o ministério ativou um “Formulário 2” onde voltou a ser possível preencher o questionário.

 

De acordo com o site da Microsoft, o número máximo de contribuições nessa ferramenta é 50 mil. Todas as informações enviadas por formulários desse tipo são armazenadas em planilhas.

 

Mensagem de erro apresentada em formulário – Foto: Divulgação/ND

Mensagem de erro apresentada em formulário (Foto: Divulgação)

A consulta foi aberta nesta quinta-feira (23), às 23h59, e tem previsão de finalizar apenas no dia 02/01. No dia 04/01, a pasta deve realizar uma audiência pública e, no dia 05/11, a decisão final.

 

De acordo com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), a segurança da consulta não pode ser certificada, pois não é validado CPF ou CNPJ.

 

A decisão de ouvir cidadãos leigos sobre o assunto foi criticada por infectologistas, uma vez que a população, de modo geral,  não possui conhecimento científico sobre o assunto, o que pode culminar em um resultado negativo para a saúde pública.

 

Nesse sentido, o ministro da saúde Marcelo Queiroga afirma que é um direito dos pais decidirem se as crianças devem se vacinar ou não. Porém, a consulta pública não trata de uma decisão familiar individual, e sim, coletiva.

 

Queiroga também afirmou que é favorável a permitir que crianças vacinem-se, desde que apresentem receita médica e autorização dos pais, medida que o presidente Jair Bolsonaro (PL) reivindicou nos últimos dias.

 

Estados não vão exigir prescrição médica para vacinar crianças

 

Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) decidiu que não irá exigir receita médica na vacinação contra a Covid-19.

 

Os secretários estaduais emitiram uma nota nesta sexta-feira (24) em que afirmam que buscarão formas de facilitar a imunização sem exigir a receita médica. A nota dirige-se às crianças.

Carta do Conass para as crianças – Foto: Reprodução/ND

Carta do Conass para as crianças (Foto: Reprodução)

A vacinação de crianças já começou em alguns países como EUA. Segundo estudo de Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19, uma criança de 5 a 11 anos morre a cada dois dias no Brasil em decorrência da Covid-19.

 

Segundo relatório, a eficácia da vacina da Pfizer para crianças é de 90%, além de ser segura. O estudo mostra ainda que a imunização infantil garantiria uma redução significativa nos casos fatais.

 
Fonte: Kalil de Oliveira / ND+
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