Rui Car
11/08/2023 08h52

Autor de ataque a creche em Saudades é condenado a 329 anos de prisão

Fabiano Kipper Mai, que na época tinha 18 anos, está preso preventivamente desde a data do crime

Assistência Familiar Alto Vale
Foto: Divulgação / MPSC

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Delta Ativa

O indivíduo que matou três crianças e duas professoras em um ataque a uma creche em Saudades, no Oeste Catarinense, em 4 de maio de 2021, foi condenado a 329 anos e quatro meses de prisão em regime inicialmente fechado. O caso ainda cabe recurso. O julgamento começou na manhã de quarta-feira (9) e a sentença foi proferida nesta quinta-feira (10).

 

Por ser um crime doloso contra a vida, um júri popular foi instaurado para analisar o caso. Fabiano Kipper Mai, que na época tinha 18 anos, está preso preventivamente desde a data do crime.

 

Durante o ataque, o homem assassinou duas funcionárias da creche: a professora Keli Adriane Aniecevski, 30, e a agente de educação Mirla Amanda Renner Costa, 20. Outras três crianças menores de dois anos também morreram. Uma quarta criança foi gravemente ferida, mas sobreviveu. As vítimas foram atacadas com golpes de adaga, uma espécie de espada.

 

Ele foi acusado pelo Ministério Público de cinco homicídios consumados triplamente qualificados por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas; 13 homicídios tentados duplamente qualificados por motivo torpe e meio cruel; e um homicídio tentado qualificado por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.

 

O autor dos crimes ainda terá que indenizar em R$ 500 mil cada família das vítimas mortas, em R$ 400 mil os familiares do bebê que sobreviveu e em R$ 40 mil cada vítima de tentativa de homicídio, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.

 

A defesa argumentou que o réu sofre de esquizofrenia paranoide, o que o tornaria incapaz de compreender a gravidade dos atos que estava cometendo. O assistente técnico da defesa alegou que o homem teria se negado a tomar os remédios indicados pelos médicos por não se reconhecer como doente. O psiquiatra responsável também alegou que o réu apresenta uma compreensão distorcida da realidade. De acordo com a defesa, ele foi vítima de bullying na escola.

 

Por outro lado, a acusação entendeu que o homem sofre de deficiência mental leve e transtorno de personalidade, doenças que não o tornam inimputável. Tendo planejado o ataque durante meses, o assistente técnico da acusação entendeu que o houve “método e intencionalidade”.

 

O histórico e pesquisas do acusado na internet também foi incluído pelo Ministério Público como prova do planejamento do ataque. O órgão alegou que foram encontradas buscas sobre fabricação de bombas, acusados por ataques em escolas e compra de arma de fogo.

 

Fonte: Vinícius Sales / Gazeta do Povo
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