Rui Car
08/04/2017 08h04

Bebê de mulher com suspeita de agressão na gravidez nasceu com luxação, diz filha mais velha em SC

Mãe de 40 anos morreu dias após dar à luz

Assistência Familiar Alto Vale
G1 SC

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Delta Ativa

filha mais velha da mulher que morreu dias após dar à luz em um hospital de Lages, na Serra catarinense, com suspeita de ter sofrido violência doméstica, afirma que a bebê nasceu com ferimentos. Danielle dos Reis Formento pede justiça contra o padrasto, suspeito de agredir mulher quando ela ainda estava grávida. Ele está solto, como mostrou o Bom Dia Santa Catarina.

 

“Eu perdi minha mãe por causa dele, não só eu, meus irmãos também e minha irmã, que não vai nem conhecer a mãe… eu só quero a justiça”, desabafou Danielle dos Reis Formento, filha de Eliane das Graças dos Reis.

 

A suspeita é que Eliane, de 40 anos, tenha sofrido agressões do companheiro, de 30, em Santa Cecília, também na Serra, enquanto estava na casa da sogra, aos sete meses de gravidez. Danielle conta que a mãe chegou ao hospital com vários hematomas na barriga. A situação foi denunciada pela família à Polícia Civil, depois que o bebê nasceu prematuro e com ferimentos.

 

“Eu fiquei lá com a nenê, ela estava na UTI, devido às agressões. Ela nasceu machucada, com luxação no braço, com o corpo inteiro roxo e dolorido. Os médicos disseram que não tinha como ela nascer assim por outra razão, como um tombo. Não existe isso”, afirmou.

 

O G1 procurou a Secretaria de Estado da Saúde, que responde pelo Hospital Tereza Ramos, para obter informações sobre as condições do nascimento da criança. A pasta informou que “o caso está sob investigação policial”.

 

Jovem pede justiça pela morte da mãe (Foto: Reprodução/ RBS TV)Jovem pede justiça pela morte da mãe (Foto: Reprodução/ RBS TV)

Jovem pede justiça pela morte da mãe (Foto: Reprodução/ RBS TV)

 

Futuro do bebê

Por decisão da Justiça, a criança está em um abrigo de Urubici, na Serra, cidade onde morava Eliane. Agora, Danielle, que é a filha mais velha da família, tenta na Justiça a guarda da irmã recém-nascida. “Ela foi a última lembrança que a minha mãe deixou, então a gente vai tentar dar o amor que a minha mãe daria a ela”, declarou.

 

O pai da criança foi ouvido pela Polícia Civil em Santa Cecília e liberado porque não tem antecedentes criminais, negou as agressões e as provas ainda estão sendo apuradas. A família apresentou um laudo médico na delegacia para atestar que Eliane sofreu violência doméstica. Agora, eles esperam um laudo oficial do hospital para concluir as investigações.

 

A reportagem da RBS TV tentou contato com o delegado que investiga o caso, mas ele não estava no município. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que informou nesta sexta-feira (7) que o processo sobre a guarda da criança ainda estava em fase de tramitação e que não havia uma decisão sobre o futuro dela. Na quinta (7), a assessoria do MPSC informou ao G1 que um estudo social da casa da irmã mais velha já havia sido feito e encaminhado para avaliação da Promotoria de Infância e Juventude de Urubici. O mesmo estudo está em processo na casa dos familiares do bebê que moram na cidade.

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