Rui Car
27/04/2017 11h33

Bispos de SC convocam católicos para a greve geral de sexta-feira

Trata-se de uma mobilização eclesial na direção dos pobres

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Diário Catarinense

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Pelo menos três bispos catarinenses lançaram convocação para que os católicos participem das manifestações de sexta-feira contra as reformas do governo de Michel Temer (PMDB). Odelir José Magri, bispo de Chapecó, e Severino Clasen, de Caçador, gravaram vídeos postados nas redes sociais. Outros religiosos, como João Francisco Salm, bispo de Tubarão, assinaram a carta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) favorável à greve geral.

 

Em um vídeo postado nas redes sociais, o bispo de Chapecó fala que sua posição não está embasada apenas na experiência de um filho de agricultores. Mas como bispo da diocese, conclama os católicos a participar das manifestações. O religioso lembra que das várias reformas a serem votadas, a mais destacada é a da previdência. O bispo reconhece que alguns ajustes precisam ser feitos, mas questiona privilégios para alguns grupos e setores:

 

– Jogam a conta para os trabalhadores e a quem paga impostos, enquanto banqueiros devem bilhões. Além do fato de parlamentares, militares e juízes não estarem contemplados na reforma.

 

Na gravação, o bispo diz:

 

– Vamos soltar o grito de basta, nosso grito de indignação e defender nossos direitos.

 

 

Também presente em Aparecida, dom Severino Clasen, bispo de Caçador, gravou um vídeo:

 

– Uma maneira do Evangelho ser anunciado é através da Justiça. Por isso peço que todos participem e deêm o grito em defesa da população, sobretudo os mais pobres que estão sendo atingidos com a reforma da previdência – pediu. 

 

E foi além:

 

– Muita coisa que está acontecendo o povo nem está sabendo por estar sendo omitido – avisou.

 

De acordo com o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, 65 arcebispos e bispos de um universo de 308 na ativa lançaram convocações à população onde se colocam contra o que consideram “política de massacre dos pobres no país”. 

 

Trata-se de uma mobilização eclesial na direção dos pobres não vista desde o fim do regime militar no Brasil, sob o impacto da mudança de rumos que o Papa Francisco lidera na Igreja em todo o mundo, destacou o secretário-geral.  A expectativa é que mais adesões ocorram hoje, já que foi aberta ontem a 55ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP).

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