Rui Car
06/04/2017 13h25 - Atualizado em 06/04/2017 10h24

Bombeiros não recebem trotes há mais de 8 anos em Jaraguá

Em Santa Catarina, mais de 13% das ligações no ano passado relataram ocorrências falsas

Assistência Familiar Alto Vale
Por: Dyovana Koiwaski / OCP Online

Por: Dyovana Koiwaski / OCP Online

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Há mais de dois anos, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul não desloca uma ambulância para atendimento de um chamado que, na verdade, era trote. A falta de registro no município é exemplo para Santa Catarina.

 

De acordo com um levantamento realizado pela Diretoria de Tecnologia e Informação do Estado, das 760 mil ligações recebidas através do telefone 193 em 2016, 13,8% foram classificadas como trotes. Para combater essas ocorrências, a entidade lançou no dia 1º abril uma campanha buscando a conscientização da população.

 

Na Central de Atendimento da corporação jaraguaense, os voluntários realizam um sistema de revezamento para receber as chamadas. Em média, são registradas 190 ligações por dia, sendo a maioria para situações de emergências médicas, seguidas pelos acidentes de trânsito.

 

Conforme o comandante da entidade, Neilor Vicenzi, a baixa incidência de trotes em Jaraguá é consequência do trabalho de orientação e ação conjunta com a Polícia Militar. Segundo ele, a maioria das ligações era feita por crianças no horário de saída da escola, que utilizavam os orelhões públicos para informar um fato falso ou até mesmo ofender os bombeiros.

 

atendimento corpo bombeiros - em

 

“No caso de atendimento de emergências, a gente procura manter contato com a pessoa, pegamos o número de telefone e a localização do chamado. Quando identificávamos que era trote, a polícia ia até o local para fazer os devidos procedimentos. Além de atrapalhar o funcionamento da corporação, trote é considerado crime”, alerta Vicenzi.

 

Os bombeiros conseguem identificar com facilidade quando se trata de um chamado falso. Quando crianças são responsáveis pelas ligações, é solicitado o contato com um familiar ou vizinho adulto. “Tentamos buscar mais informações, ficamos com o número e retornamos também se precisar. Em casos de dúvidas, deslocamos uma guarnição para verificar”, explica o comandante.

 

Os pais são orientados a acompanhar quando os filhos ficam no celular, observando as últimas chamadas realizadas, já muitos utilizam o telefone dos pais para os trotes. Os bombeiros frisam essa questão para manter os bons índices do município.

 

Em casos onde o adulto é o autor do trote, a pessoa é encaminhada à Polícia Militar. “Uma época, um senhor ficou cerca de 40 dias ligando frequentemente para nós e passando falsas informações. Se ligávamos para saber melhor da ocorrência, ele desligava. Depois de um tempo já reconhecíamos a voz”, observa Vicenzi.

 

Outra questão que ajuda os bombeiros na identificação das chamadas verdadeiras é que nas emergências que acontecem na região central ou nos bairros mais movimentados mais de uma pessoa liga comunicando o ocorrido. “Nas regiões mais afastadas, quem liga já explica que área tem pouco sinal de celular”, frisa.

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