Uma denúncia feita em redes sociais, sobre a morte de uma cachorra causada pela venda indevida de um medicamento serve de alerta para moradores de todo Alto Vale. De acordo com o dono do animal ela morreu por ter recebido uma solução injetável indicada para bovinos e vendida por uma agropecuária de Rio do Sul sem a devida prescrição do médico veterinário.
Segundo o dono da cachorra, Fernando Luis Blogoslawski, ele havia ido até a agropecuária para comprar ração para os quatro cães e aproveitou para pedir um medicamento que ajudasse no combate de pulgas e carrapatos.
No entanto, o remédio indicado para Fernando pela atendente do estabelecimento foi o Ivertop, que só pode ser vendido sob prescrição de médico veterinário, com retenção de receita, e que é indicado para o uso em bovinos. “A pessoa acabou me vendendo um remédio que era para boi, com uma dosagem para um animal de 250 kg”, relatou.
Ele conta que a aplicação foi feita por ele na dosagem indicada no estabelecimento.
“Eu sempre apliquei em meus animais, da forma certa, nunca houve problema. Só que o que aconteceu, foi que a pessoa me vendeu o remédio para pulgas e carrapatos, o de uso em bovinos, e inclusive anotou na caixa a dosagem que eu teria que aplicar, que depois fui ver que era a mesma para animais de porte grande”, detalhou.
Fernando contou que a aplicação aconteceu no sábado (19), e que após isso, o animal ficou cego e não conseguia mais caminhar. A partir de então, ele levou Laika, como era chamada, até o veterinário, mas a situação foi irreversível e ela acabou falecendo na segunda-feira (21).
Ele disse ainda que depois do incidente buscou informações junto ao Conselho Regional de Medicina Veterinária, que fica em Rio do Sul e também no Programa de Defesa do Consumidor (Procon), para saber que atitudes poderiam ser tomadas nesta situação.
“Já entrei com o processo lá no Conselho, fui no Procon que também ficou de entrar em contato com a agropecuária para que situações como esta também não venham mais a acontecer. O pessoal do Conselho de Medicina me disse que já não é a primeira vez que isso acontece”.
Fernando finalizou dizendo que ainda está preocupado, já que acabou aplicando a mesma dose nos outros três cães.
“Acabei aplicando nos meus outros animais também e o veterinário já me alertou que os mesmos problemas podem acontecer com eles a partir de agora”.
A diretora do Departamento de Vigilância Sanitária e Epidemiológica de Rio do Sul, Nadir Marchi, explicou que a fiscalização acontece periodicamente, mas que em determinadas ações, não há como controlar se o proprietário de agropecuária vai ou não cumprir com as determinações exigidas. Disse ainda que é obrigatório que as agropecuárias que comercializam medicamentos tenham a contratação de médico veterinário, e que não é liberado Alvará Sanitário se não apresentarem o profissional responsável, mas que neste caso, a venda deve ser clandestina.