Rui Car
24/01/2019 13h25 - Atualizado em 24/01/2019 13h34

Cachorra morre após uso indevido de remédio em Rio do Sul

Animal recebeu aplicação de uma solução injetável vendida por uma agropecuária, indicada para uso em bovinos

Assistência Familiar Alto Vale
Delta Ativa

Uma denúncia feita em redes sociais, sobre a morte de uma cachorra causada pela venda indevida de um medicamento serve de alerta para moradores de todo Alto Vale. De acordo com o dono do animal ela morreu por ter recebido uma solução injetável indicada para bovinos e vendida por uma agropecuária de Rio do Sul sem a devida prescrição do médico veterinário.

 

Segundo o dono da cachorra, Fernando Luis Blogoslawski, ele havia ido até a agropecuária para comprar ração para os quatro cães e aproveitou para pedir um medicamento que ajudasse no combate de pulgas e carrapatos.

 

No entanto, o remédio indicado para Fernando pela atendente do estabelecimento foi o Ivertop, que só pode ser vendido sob prescrição de médico veterinário, com retenção de receita, e que é indicado para o uso em bovinos. “A pessoa acabou me vendendo um remédio que era para boi, com uma dosagem para um animal de 250 kg”, relatou.

 

Ele conta que a aplicação foi feita por ele na dosagem indicada no estabelecimento.

 

“Eu sempre apliquei em meus animais, da forma certa, nunca houve problema. Só que o que aconteceu, foi que a pessoa me vendeu o remédio para pulgas e carrapatos, o de uso em bovinos, e inclusive anotou na caixa a dosagem que eu teria que aplicar, que depois fui ver que era a mesma para animais de porte grande”, detalhou.

 

Fernando contou que a aplicação aconteceu no sábado (19), e que após isso, o animal ficou cego e não conseguia mais caminhar. A partir de então, ele levou Laika, como era chamada, até o veterinário, mas a situação foi irreversível e ela acabou falecendo na segunda-feira (21).

 

Ele disse ainda que depois do incidente buscou informações junto ao Conselho Regional de Medicina Veterinária, que fica em Rio do Sul e também no Programa de Defesa do Consumidor (Procon), para saber que atitudes poderiam ser tomadas nesta situação.

 

“Já entrei com o processo lá no Conselho, fui no Procon que também ficou de entrar em contato com a agropecuária para que situações como esta também não venham mais a acontecer. O pessoal do Conselho de Medicina me disse que já não é a primeira vez que isso acontece”.

 

Fernando finalizou dizendo que ainda está preocupado, já que acabou aplicando a mesma dose nos outros três cães.

 

“Acabei aplicando nos meus outros animais também e o veterinário já me alertou que os mesmos problemas podem acontecer com eles a partir de agora”.

 

A diretora do Departamento de Vigilância Sanitária e Epidemiológica de Rio do Sul, Nadir Marchi, explicou que a fiscalização acontece periodicamente, mas que em determinadas ações, não há como controlar se o proprietário de agropecuária vai ou não cumprir com as determinações exigidas. Disse ainda que é obrigatório que as agropecuárias que comercializam medicamentos tenham a contratação de médico veterinário, e que não é liberado Alvará Sanitário se não apresentarem o profissional responsável, mas que neste caso, a venda deve ser clandestina.

 

 

Elisiane Maciel – Jornal Diário do Alto Vale

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