O Chile decidiu, nesta segunda-feira, suspender as importações de carne do Brasil depois das revelações feitas pela Operação Carne Fraca, informou o Ministério da Agricultura chileno.
“O fechamento do mercado brasileiro de carne é temporário, até que eles informem se há frigoríficos autorizados a exportar para o Chile”, informou o ministro da Agricultura, Carlos Furche, em sua conta no Twitter.
A Polícia Federal (PF) revelou na sexta-feira um esquema em que fiscais sanitários supostamente recebiam subornos dos frigoríficos para autorizar a venda de alimentos não aptos para o consumo.
Mais de 30 pessoas foram detidas até o momento, três frigoríficos foram fechados temporariamente e 21 se encontram sob investigação. Entre os suspeitos figuram empresas como JBS, BFR e Peccin, as maiores do país.
— Estamos desde sábado analisando a situação em relação à investigação que acontece no Brasil, por parte do Ministério Público, por alguns delitos cometidos por alguns frigoríficos brasileiros no tratamento das carnes de boi destinada tanto para o consumo local como para as exportações — disse Furche.
O Brasil é o segundo maior fornecedor de carne do Chile, com 37 mil toneladas anuais, enquanto que o Paraguai é o primeiro, com 39 mil toneladas, segundo dados do governo chileno.
Em novembro, o Ministério da Saúde do Chile emitiu um alerta diante da possível contaminação com parasitose de carne importada desde Brasil, cuja venda e distribuição foi proibida.
O alerta foi emitido com o aparecimento de “lesões compatíveis com parasitose”, em carne embalada brasileira descoberta por um consumidor que a adquiriu em um supermercado do porto de Valparaíso na terça-feira, indicou a nota do Ministério da Saúde. Esse alerta foi suspensa uma semana depois.
Além do Chile, países asiáticos suspenderam a importação do alimento. No caso da China, os embarques programados para lá foram suspensos por uma semana. Já a Coreia do Sul bloqueou apenas os embarques de frango da BRF, mas a empresa avisa que não recebeu notificação oficial sobre o assunto.
AFP