Rui Car
09/12/2020 15h57

Como as maiores cidades de SC planejam a busca por vacinas contra o Coronavírus

Prefeituras aguardam definição nacional de plano de vacinação, mas reservam orçamento para compra de eventual imunizante aprovado pela Anvisa

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Vacinação contra Covid-19 teve início na Inglaterra, mas ainda tem cenário incerto no Brasil (Foto: Graeme Robertson / AFP / POOL)

Vacinação contra Covid-19 teve início na Inglaterra, mas ainda tem cenário incerto no Brasil (Foto: Graeme Robertson / AFP / POOL)

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O início da vacinação contra Covid-19 na Inglaterra nesta terça-feira (08) e os avanços no desenvolvimento das vacinas aumentam a busca por doses que possam imunizar contra o Coronavírus. O governo federal ainda discute a criação de um plano nacional de imunização, que motivou uma reunião com governadores nesta terça, mas prefeituras e instituições de cidades de Santa Catarina analisam a situação e se organizam para tentar oferecer a proteção à população.

 

Em Florianópolis, Joinville e Blumenau, as três maiores cidades do Estado, o clima por enquanto é de cautela já que as vacinas ainda não foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, dois municípios já antecipam reservas de valores para uma eventual necessidade de compra.

 

A Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) assina nessa quinta-feira (10) um protocolo de intenções com o Instituto Butantan, do governo de São Paulo, para a compra de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria do centro de pesquisas paulista. A intenção, segundo a entidade, é permitir que municípios que queiram fazer a compra direta ou por meio de consórcios de saúde tenham preferência na negociação.

 

Oficialmente, dois municípios enviaram ofícios à Fecam parabenizando pelo acordo e manifestando interesse de compra, sem especificar quantidade de doses: Lages e Concórdia. Outras cidades fizeram contatos informais, por telefone.

 

– Como o protocolo estava iniciando e a vacina ainda não foi aprovada pela Anvisa, que é um procedimento básico, os municípios agora estão aguardando. A partir da assinatura, havendo a liberação, lógico que eles vão estar buscando, mas sempre naquela torcida que o Ministério da Saúde cumpra com sua missão constitucional de fazer a imunização e que os municípios não precisem comprar. Essa porta que se abre é uma possibilidade por conta dessa inação do governo – afirma o diretor-executivo da Fecam, Dionei Walter da Silva.

 

Entre os municípios, o clima de fato ainda é de espera pela possibilidade de que o Ministério da Saúde defina e coordene um plano nacional de vacinação. Em reunião nesta terça, o ministro da saúde Eduardo Pazuello disse que a vacinação será nacional e estimou em 60 dias o prazo para a liberação de registro de qualquer vacina.

 

O aval da Anvisa deve ser a próxima etapa após a divulgação de resultados dos estudos da fase 3 das vacinas, o que já ocorreu com o imunizante da Universidade de Oxford e da Pfizer/BioNTech. Os dados de eficácia da CoronaVac são esperados ainda para esta semana, o que também pode abrir caminho para pedido de registro na Anvisa.

 

Confira abaixo como os três maiores municípios de SC se planejam para uma possível compra de doses de vacina contra o novo coronavírus:

 

Florianópolis

 

A Prefeitura de Florianópolis informou que está “agilizando processos licitatórios e estudando logística para armazenamento e distribuição do imunizante”. Sobre a compra de vacinas, ainda em agosto o Executivo encaminhou à Câmara de Vereadores uma emenda ao orçamento municipal de 2021 que prevê a destinação de R$ 20 milhões para compra de vacina contra o novo coronavírus. . O orçamento da prefeitura da Capital foi aprovado com a verba para vacina na noite desta terça-feira (08). Esta semana o prefeito Gean Loureiro (DEM) deve se reunir com a Secretaria Municipal de Saúde para discutir outros assuntos relacionados à vacina de Covid-19.

 

Joinville

 

A Prefeitura de Joinville informou que possui uma previsão orçamentária de até R$ 100 milhões para compra de doses de vacina contra a covid-19. A intenção seria oferecer também para a população fora do grupo de risco. Mas a escolha depende da autorização da Anvisa. A CoronaVac, que terá acordo prévio assinado esta semana pela Fecam, é uma das que interessam ao município, desde que seja autorizada pela Anvisa, segundo o secretário de saúde do município, Jean Rodrigues. O município também fez registro de preços de insumos como seringas, que devem ser adquiridos caso o Estado não forneça ou repasse apenas para os grupos prioritários.

 

Blumenau

 

A Secretaria de Promoção da Saúde de Blumenau informou que sobre aquisição e distribuição de vacinas contra a Covid-19, “aguarda uma decisão do Governo Estadual e da Fecam”.

 

No protocolo de intenções firmado pela Fecam com o Instituto Butantan, outra possibilidade além da compra direta dos municípios seria a aquisição por meio de consórcios intermunicipais de saúde, em geral ligados a associações de municípios. Até agora, no entanto, as entidades das três principais regiões do Estado seguem no aguardo de definições sobre compra de vacinas que venham do governo federal.

 

A Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (Granfpolis) informou que não existe nenhum movimento da entidade para aquisição de vacinas e que entende que “a pactuação entre os três entes federativos cabe ao Ministério da Saúde”.

 

O consórcio de saúde da Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc), que envolve Joinville, informou que na última reunião foi definido que aguardariam a aquisição de vacinas e a definição do calendário por parte do Ministério da Saúde.

 

O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Vale do Itajaí (Cisamvi) informou que não há ainda qualquer movimento para compra de vacinas, mas que consórcio e a associação dos municípios (Ammvi) “estão acompanhando as discussões feitas pela Fecam e Ministério da Saúde, como também o plano nacional de imunização do Ministério”, com a intenção de auxiliar os prefeitos quando eles tomarem decisões sobre o tema.


POR: JEAN LAURINDO / DIÁRIO CATARINENSE – NSC


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