Rui Car
25/09/2018 10h43

Confira a última pesquisa para Governo e Senado em SC

O índice de eleitores indecisos é ainda grande, principalmente no Vale do Itajaí

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Jornal Metas

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Pesquisa de intenção de votos ao Governo do Estado de Santa Catarina, divulgada nesta segunda-feira (24), mostra um empate técnico entre o emedebista Mauro Mariani, da Coligação Santa Catarina Quer Mais, com 24%, e Gelson Merisio (PSD), da Coligação Aqui é Trabalho, com 22%. A diferença de 2% entre os dois candidatos se manteve em relação à pesquisa anterior, divulgada em 6 de setembro. Já o petista Décio Lima, que aparecia empatado tecnicamente com seus dois principais adversários, caiu de 16 para 14 por cento. Lima é também o candidato com maior índice de rejeição, com 44% dos eleitores catarinenses afirmando que não votariam nele. O eleitor também foi questionado em relação à disputa ao Senado Federal e, neste caso, os dois candidatos da coligação Santa Catarina Quer Mais, Esperidião Amin (PP) e Raimundo Colombo (PSD), abriram vantagem ainda maior para os seus adversários na comparação com o levantamento anterior, porém, Jorginho Mello (PR) foi o que mais cresceu, saindo de 6 para 15.

 

 

A pesquisa foi encomendada pelo Grupo RIC/RIC TV/Fecomércio e tem a parceria da Associação dos Jornais do Interior (Adjori/SC), da qual o Jornal Metas faz parte, e da Associação de Diários do Interior (ADI-SC), além de veículos independentes.

 

A  Real Time Big Data colheu as informações entre os dias 21 e 22 de setembro, quando foram entrevistados 1.110 eleitores nas regiões da Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Norte, Oeste, Sul e Serra. A margem de erro é de 3% e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SC) sob o número 09920/2018.    

 

Quando questionado em quem votaria, sem a apresentação dos candidatos, ou seja, a Pesquisa Espontânea, a expressiva maioria do eleitorado catarinense se mostrou ainda indeciso: 51%, com a região do Vale do Itajaí puxando a fila. Entre aqueles que souberam apontar o nome de um candidato, 13% dizem votar em Mauro Mariani (MDB); 12% em Gelson Merisio (PSD); e 7% em Décio Lima (PT). Na Pesquisa Estimulada, quando são apresentados os candidatos ao entrevistado, o número de indecisos cai consideravelmente, ficando em 17%. 

 

 

Para o cientista político Bruno Soller responsável pela pesquisa, o dado que mais chamou a atenção foi o alto índice de eleitores indecisos na pesquisa espontânea: 51%, contra uma média nacional de pelo menos 10 pontos percentuais a menos.

 

A explicação para isso, diz Soller, é o baixo conhecimento dos nomes dos candidatos. Mesmo os que despontam, Décio Lima (PT), Gelson Merisio (PSD) e Mauro Mariani (MDB), só concorreram a eleições municipais ou legislativas. Por outro lado, na proporção em que a campanha avança – a partir desta terça-feira faltarão apenas 13 dias para o pleito – e as candidaturas se tornam mais conhecidas, o índice de rejeição ao candidato do PT se consolida.

 

Décio Lima passou de 22% na pesquisa divulgada em 5 de setembro para 44% agora. “O que se percebe é o forte sentimento de antipetismo. Isso faz com que o Décio Lima saia da condição de triplo empate que tínhamos na outra pesquisa. Ele tinha mais votos entre homens e mais velhos, faixa com clara resistência ao PT. Esse voto migra para os outros dois candidatos”, analisa Soller.

 

 

Se no voto masculino o petista começa a ter mais rejeição, no feminino ele se mantém estável. “Um fenômeno que acontece com candidatos de esquerda. As mulheres têm essa preferência. Pode pesar aí também o fator de rejeição ao candidato Bolsonaro”, observa Soller.

 

Merisio e Mariani cresceram mais fortemente na intenção de votos nas regiões do Vale do Itajaí e da Grande Florianópolis que, ainda assim, são as com o maior número de indecisos. “Na reta final as pessoas terão que se decidir. Com os dados que temos hoje, há uma tendência de polarização entre Gelson Merisio e Mauro Mariani”, afirma o cientista político responsável pela pesquisa. Outra constatação da pesquisa estimulada é que o candidato do PSL, Comandante Moisés, não está conseguindo vincular o seu nome ao candidato à Presidência do seu partido e líder das intenções de votos. Enquanto no âmbito nacional, Bolsonaro tem oscilado entre 26% e 28%, o Comandante Moisés subiu apenas um ponto percentual em relação ao levantamento anterior, passando de 5% para 6%, enquanto o seu índice de rejeição é de 13%.

 

Região x idade

O número de indecisos ainda é alto na Grande Florianópolis (19%) e no Vale do Itajaí (26%). A explicação para a taxa de indecisos na Grande Florianópolis ser tão alta pode estar no fato de nenhum candidato ser da região, além do perfil diversificado da população. Já no Vale do Itajaí é o excesso de nomes: Décio Lima foi prefeito de Blumenau, mesma condição de Napoleão Bernardes, vice de Mariani, e de João Paulo Kleinübing, vice de Gelson Merisio. No Sul e na região Serrana se mantém a condição de empate técnico entre os três candidatos. O nível de indecisão ainda é maior entre os mais jovens. De 16 a 24 anos e de 25 a 34 anos o percentual fica em 23% em ambos os casos.

 

Perfil dos eleitores

No cruzamento das informações obtidas na pesquisa, o perfil do eleitor dos três candidatos com melhores índices de intenção de votos também fica mais claro. Até aqui, a maior parte dos que votam em Mariani são homens, do Norte do Estado e com mais de 35 anos. Os eleitores de Merisio se caracterizam por serem, na maioria, homens, do Oeste catarinense e também com mais de 35 anos. No caso de Décio há uma variação maior. Seus eleitores estão mais presentes nas regiões Sul e Serrana, entre mulheres de 16 a 34 anos. Mariani é o que consegue ter o voto mais distribuído. Só vai um pouco pior na região Sul. Merisio fica um pouco abaixo da média de Mariani, mas se destaca fortemente no Oeste”.

 

Estratégia

Para Bruno Soller, dar mais atenção às mulheres, especialmente as mais jovens e residentes no Vale do Itajaí e na Grande Florianópolis, pode resultar em um bom índice de votos conquistados. “As mulheres são muito mais ligadas aos serviços públicos. São elas que mais estão atentas aos problemas das creches, das escolas, do atendimento de saúde, do transporte público. Soller explica que isso se repete em todos os estados nos quais a empresa realizou pesquisas. “É um voto mais crítico”.

 

Decisão judicial

Diferentemente da pesquisa pela Real Time Big Data divulgada no início do mês, nesta não serão divulgadas as simulações de segundo turno. O PT-SC entrou com um pedido de impugnação da pesquisa completa. O TRE/SC porém, deu liminar autorizando a divulgação do estudo, mas sem informações de segundo turno, justificando a falta do cenário de confronto entre todos os postulantes ao cargo de governador.

 

Corrida ao Senado

A pesquisa também apontou em quem o eleitor votaria para o cargo de senador da República. Na primeira posição, com 30% das intenções de voto, está Esperidião Amin (PP). Logo em seguida, com apenas dois pontos percentuais a menos, está Raimundo Colombo (PSD), registrando 28% da preferência dos eleitores. A terceira colocação é ocupada por Paulo Bauer (PSDB), que atinge a marca de 20%.

 

O número de indecisos também impressiona aqui. São 21% no primeiro voto e 33% no segundo voto. Ainda assim a pesquisa mostra um maior distanciamento das candidaturas de Esperidião Amin (PP) e Raimundo Colombo (PSD) das demais. Ambos são ex-senadores e também ex-governadores. Amin abre 10 pontos percentuais e Colombo 8 em relação ao terceiro colocado.

 

Paulo Bauer, que tenta a reeleição, perdeu espaço, enquanto Jorginho Mello (PR) cresceu na intenção de votos. “Amin e Colombo têm um primeiro voto muito consolidado. O interessante é que eles têm uma forte troca de votos. O segundo voto do Amin vai pro Colombo e vice-versa. O Jorginho Mello está surfando um pouco no segundo voto e conseguiu crescer, mas acho que tem um teto aí”, destacou o cientista político Bruno Soller.

 

Aprovação do governo do Estado

Durante a realização da pesquisa, o eleitor também respondeu sobre a aprovação do governo do Estado. Um total de 45% dos entrevistados aprova a atual gestão de Eduardo Pinho Moreira, enquanto 40% desaprovam. Os números demonstram um equilíbrio na avaliação dos catarinenses sobre a gestão do Executivo estadual. 

 

Avaliação do Executivo estadual

Os eleitores fizeram uma avaliação do governo de Santa Catarina. A maior parte, 42%, considera a atual gestão regular. As classificações ótimo e bom somam 29% enquanto as avaliações ruim e péssimo chegam a 25%.

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