Como uma Cooperativa Agropecuária, formada por produtores rurais, gente do bem, que luta dia a dia para garantir, acima de tudo, a produção de alimentos para o Brasil e para o Mundo, a Cravil vem se manifestar sobre a polêmica do samba-enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, do Rio de Janeiro.
Acreditamos na importância do Carnaval Brasileiro que é destaque no mundo todo, mas não podemos aceitar quando este é utilizado para disseminar conflitos. O samba-enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense deve ser condenado veementemente, não representa a realidade e a verdade sobre o setor da agropecuária brasileira.
Nosso respeito ao tema: Parque Indígena do Xingu, mas nosso repúdio a escola de samba que aceitou uma letra ofensiva a nós produtores rurais. Trecho da letra define-nos como “monstros”, aquele que “rouba as terras” dos indígenas e “devora as matas e seca os rios” por “cobiça”. Entre as alas que vão desfilar pela Imperatriz Leopoldinense no Carnaval 2017 estão “fazendeiros e seus agrotóxicos”, “pragas e doenças” e “a chegada dos invasores”.
O Brasil vive sim a realidade dos conflitos de terras, localmente identificados, muitos provocados por interesses adversos tanto do lado do agronegócio como do lado de organizações defensoras dos povos indígenas. O que não podemos é estimular esse conflito, o preconceito, atacando um povo cujo trabalho tornou-se o reduto da economia de um país. Palavras ofensivas, desinformação e desrespeito que terão propagação mundial.
A agropecuária representa hoje um quarto da economia de todos os negócios realizados no Brasil, nosso trabalho deve ser para promover essa atividade que nos alimenta e nos dá condições de vida. Aos que acreditam na monstruosidade que o samba-enredo apresenta, nosso convite é sair da zona de conforto e assumir o papel que a poucos interessa: a produção agrícola.
Diante desta discussão, a Cravil quer afirmar o compromisso com a produção sustentável, defendemos e incentivamos a aplicação de novas tecnologias nas propriedades rurais, sempre com o objetivo de garantir a produtividade e a rentabilidade destes que vivem para alimentar o mundo.
Diferente do que se apresenta neste samba-enredo, não somos destruidores da das riquezas naturais, nosso trabalho depende, necessariamente, da terra e da água, por isso é nossa natureza preservar e contribuir para a manutenção do nosso meio ambiente. Cabe ressaltar que as leis hoje não proíbem o uso de agrotóxico e sim regulamentam, por isso pedimos respeito àqueles que trabalham a terra e procuram, com o seu trabalho, promover o desenvolvimento do Brasil.
Harry Dorow
Agropecuarista e presidente CRAVIL