Rui Car
04/08/2017 15h10 - Atualizado em 04/08/2017 14h38

Desgaste em ponte em Ascurra representa perigo na BR-470

Havia previsão de que a rodovia fosse revitalizada há dois anos

Assistência Familiar Alto Vale
Texto: Janaina Possamai/Jornal O Indaialense | Fotos: Vídeo: JMV TV

Texto: Janaina Possamai/Jornal O Indaialense | Fotos: Vídeo: JMV TV

Delta Ativa

O chacoalhão é forte para os que não diminuem a velocidade dos veículos ao passar pela ponte localizada na altura do quilômetro 90 da BR-470, em Ascurra. Os que já estão acostumados à fissura freiam, diminuem, quase param na tentativa de evitar acidentes ou prejuízos. O problema persiste por meses e tem causado indignação.

 

No caso do advogado Valdecir Tonet Junior, morador de Rio do Sul, o desconforto foi tal que ele resolveu interromper a vigem de Rio do Sul à Blumenau para registrar a situação. “Esta é quarta vez nesta semana que estou fazendo este trajeto e me senti na obrigação de fazer esse vídeo, até como forma de alerta para quem aqui passa”, relata enquanto registra o trânsito de veículos e o imenso barulho causado pelo atrito dos pneus contra a fissura. À nossa reportagem Tonet conta utilizar a ponte toda semana e que sempre é obrigado a diminuir a velocidade consideravelmente ao passar pelo local, “com o alerta ligado”. As imagens postadas no dia 20 de julho já têm mais de 53 mil visualizações e, nelas, o advogado demonstra a falta de confiança de que o problema seja solucionado. “Nem vou fazer um apelo aos governantes e ao Dnit, porque de fato eu sou um cidadão que não acredita mais nesse país, mas, fica o registro aí aos que transitam nesta BR extremamente precária”.

 

Dia e noite

Valdelino Kuhnen nos acompanha até a ponte: “Você está escutando isso? Está gravando o áudio?”, indaga. “Escuta esse barulho! É isso dia e noite”, conclui. Ele não só é proprietário de uma churrascaria localizada a poucos metros da estrutura como também mora no local. “À noite você nem imagina o barulho”, lamenta. Kuhnen explica que há algumas semanas um representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) esteve no local, mas nenhuma medida foi tomada desde então. Ele estima que a situação esteja precária há mais de três meses e relata já ter cansado de presenciar os prejuízos causados nos veículos. “Fora o perigo. É um desastre todo dia. Ás vezes as pessoas que estão almoçando no restaurante se assustam com o estrondo”, lamenta.

 

Não há previsão

O supervisor Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), engenheiro Cristhiano Zulianello dos Santos esclareceu que o causador da fissura na estrutura é um problema aparelho de suporte sobre o qual a viga fica sustentada, localizado no espaço de encontro entre a viga e o aterro da cabeceira da ponte. Com esta parte da estrutura danificada, há um sobe e desce causando atrito com a parte fixa. O movimento resulta em desgaste da pista e a consequente abertura desta fissura. Santos diz ainda que não há previsão para que os reparos definitivos aconteçam, já que a obra depende da liberação de uma verba federal, por meio do Programa de Reabilitação de Obras de Arte Especiais (Proarte), responsável pela recuperação de ponte e viadutos, por exemplo.

 

Santos revela ainda que havia previsão de que a rodovia fosse revitalizada há dois anos, no entanto o Dnit ainda aguarda a liberação de recursos. Segundo o engenheiro já foi solicitado à empresa que proceda com uma medida paliativa, que trata de preencher o vão com asfalto, a fim de diminuir o atrito. Ele estima que esta ação deva ser realizada ainda nesta semana. 

 

Confira videorreportagem do JMV:

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