Rui Car
06/05/2017 09h07

Desvio na BR-470 preocupa moradores

Desvio não oferece segurança para ciclistas e pedestres

Assistência Familiar Alto Vale
Jornal Metas

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As obras de duplicação da BR-470, em Gaspar, tem tirado o sono dos moradores da localidade do Sertão Verde, que fica às margens da rodovia. Isto porque, para dar continuidade aos trabalhos, um desvio foi feito, bem em frente ao acesso à localidade. O tráfego de veículos pela nova pista era para ter sido liberado nesta sexta-feira (5), mas a comunidade se antecipou e impediu que isso acontecesse. O desvio proposto pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), segundo os moradores, não oferece nenhuma segurança para os motoristas, ciclistas e pedestres.

 

No desvio, por onde passará todo o fluxo dos veículos da rodovia, não foi feito acostamento e muito menos um trevo para entrada e saída da localidade. “Assim como está, os veículos que precisarem entrar no Sertão Verde terão que parar em cima da pista, pois não há acostamento. Com a pista de espera já ocorre acidentes, imagina assim. E por onde os ciclistas e pedestres irão transitar?”, questiona a  moradora Eliseth Groner, uma das líderes do movimento. Ela explica que hoje, para atravessar a rodovia, a comunidade utiliza um túnel – o que não será mais possível após a liberação do tráfego de veículos pelo desvio. “Teremos que cruzar as duas pistas. Estamos todos apreensivos”, afirma.

 

De acordo com Eliseth, cerca de 800 pessoas residem na localidade. Crianças e adolescentes precisam usar a rodovia diariamente para ir à escola. “As crianças vão de ônibus, mas os alunos maiores, que precisam ir até a Escola Mônica Sabel, como eles vão fazer para atravessar a rodovia?, indigna-se. A reivindicação por mais segurança motivou até mesmo um abaixo-assinado. O documento, contendo mais de 500 assinaturas, foi enviado em abril ao  Dnit. “Entendemos a importância da obra e também queremos muito ver a rodovia duplicada, mas cadê a nossa segurança? Pensaram apenas em desviar os carros e esqueceram da comunidade”, reclama. Entre as reivindicações dos moradores está a instalação de lombadas e faixas de pedestres. “Também estamos pedindo que eles façam o acostamento, pode ser até mesmo com material de base, e que façam um trevo de acesso à localidade”, acrescenta Renato Andrade, também morador do local. Um de seus filhos, Ruan, de 14 anos, utiliza a bicicleta para ir à escola e para ir ao treino de futebol. “Com o desvio desse jeito não será mais possível”, preocupa-se.

 

Luana Mendonça, de 18 anos, mora no Sertão Verde e trabalha em um empresa às margens da rosovia. Ela vai a pé para o serviço e está assustada com a possibilidade de abertura do desvio. “Hoje utilizo o túnel. Mas quando os veículos começarem a passar pelo desvio terei que cruzar a rodovia. Estou com medo de ser atropelada, pois nem faixa de pedestre existe na via”. 

 

Na quinta-feira (4), engenheiros responsáveis pela obra estiveram reunidos com a comunidade. Eles ouviram as reivindicações dos moradores e concordaram em manter o desvio fechado até que o Dnit dê uma posição sobre o que será feito. O Jornal Metas entrou em contato com a assessoria de imprensa do Dnit, que informou que teria que contatar os engenheiros para obter mais informações e que somente na segunda-feira (15) poderia responder os questionamentos. 

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