Rui Car
30/03/2023 15h25

Dono de empresa que iria operar Porto de Itajaí é preso em ação contra tráfico internacional de drogas

Operação apura o envio de 17 toneladas de cocaína para a Europa utilizando portos

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Foto: Divulgação / Polícia Federal

Foto: Divulgação / Polícia Federal

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A CTIL Logística, empresa que foi cotada para assumir as operações do Porto de Itajaí, é uma das envolvidas na Operação Hinterland, deflagrada na manhã desta quinta-feira (30) pela Polícia Federal. O empresário Cesar Oliveira de Oliveira Junior, dono da CTIL, foi preso pela manhã em sua casa, em Itajaí. Outros dois empresários vinculados a ele também foram detidos. A operação apura o envio de 17 toneladas de cocaína para a Europa utilizando portos.

 

A coluna procurou desde o início da manhã a CTIL Logística, pelos contatos informados pela empresa em seu site – mas não houve resposta. A companhia tem sedes no Rio Grande do Sul, onde fica a matriz, e em Itajaí. Ainda não há informações sobre a defesa do empresário, que foi levado para a Delegacia da Polícia Federal em Itajaí. Ele é alvo de um mandado de prisão preventiva.

 

A segunda empresa envolvida no esquema investigado pela PF é a Intersul, que faz parte do mesmo grupo da CTIL, também tem base no Rio Grande do Sul e uma unidade em Itajaí.

 

Empresa de logística de Itajaí é alvo de operação contra tráfico internacional de drogas

 

Em agosto do ano passado, a CTIL venceu um edital para assumir temporariamente as operações do Porto de Itajaí em um “contrato-tampão”, com duração de até dois anos. A concorrência foi aberta porque o arrendamento da APM Terminals estava prestes a terminar. Como o governo federal não realizou a tempo o leilão de concessão, o porto começaria 2023 sem ter operador definido.

 

Mesmo sem experiência comprovada na movimentação de contêineres, a CTIL ficou em primeiro lugar na disputa com uma oferta de R$ 4 milhões por mês. A falta de expertise causou apreensão no setor portuário e causou polêmica. Apesar disso, a superintendência do Porto de Itajaí e a prefeitura de Itajaí mantiveram a decisão.

 

Em novembro, no entanto, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) determinou a suspensão do edital que resultaria no contrato-tampão. O órgão acatou denúncia da APM Terminals sobre irregularidades no processo, e alertou para a falta de expertise da empresa com contêineres, que são o carro-chefe do Porto de Itajaí.

 

A operação

 

A Polícia Federal cumpre 17 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão nesta quinta-feira com foco em organização criminosa que estava estruturada em duas grandes empresas de logística marítima sediadas nos portos de Itajaí e Rio Grande (RS). A Operação Hinterland comprovou o envio de 17 toneladas de cocaína para a Europa, em transações que somam R$ 3,85 bilhões.

 

Fonte: Dagmara Spautz / NSC Total
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