Rui Car
28/12/2022 14h51 - Atualizado em 28/12/2022 14h52

Duas empresas apresentam proposta para reformar Barragem de José Boiteux

Estrutura é a maior para contenção de cheias no Vale do Itajaí

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Barragem de José Boiteux é ocupada por indígenas desde 2015 (Foto: Arquivo / Otávio Júnior / Defesa Civil)

Barragem de José Boiteux é ocupada por indígenas desde 2015 (Foto: Arquivo / Otávio Júnior / Defesa Civil)

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Duas empresas apresentaram proposta para reformar a Barragem de José Boiteux, a maior estrutura para contenção de enchentes no Vale do Itajaí. O governo de Santa Catarina informou que agora está avaliando a documentação para habilitação das interessadas.

 

Depois vem a fase de abertura dos envelopes, o que deve ocorrer no começo de janeiro de 2023.

 

A obra está estimada em R$ 10,7 milhões, mas como a licitação é por menor preço existe a possibilidade de o valor diminuir. O custo será pago pelo governo federal, com contrapartida 2% do Estado.

 

Conforme a licitação, a empresa deve executar desde reparos na ponte dentro da área da barragem, reforma da casa de máquinas até instalação de sistema de vigilância eletrônica. A vencedora deve começar a obra em até 10 dias após a assinatura da ordem de serviço.

 

O prazo para conclusão da reforma é de sete meses, segundo o edital.

 

Barragem de José Boiteux está em situação de abandono (Foto: Patrick Rodrigues / Santa / Arquivo)

 

Estrutura foi construída em terra indígena

 

A Barragem de José Boiteux é a maior em capacidade de volume de água no Vale do Itajaí e tem papel fundamental para amenizar os impactos das chuvas em Blumenau e região. Estima-se que ela impacte cerca de 1,5 milhão de pessoas.

 

Porém, a estrutura foi construída pelo governo federal em uma terra indígena legalmente demarcada e virou alvo de impasse entre Xoklengs e autoridades. A barragem chegou a ser invadida e acabou danificada após manifestações da comunidade, que pede reparação pelos impactos da barragem.

 

Nas últimas enchentes, a casa de máquinas, onde era feita a operação das compartas da estrutura, simplesmente não estava funcionando. Todos os equipamentos foram depredados e sumiram. A Defesa Civil precisou usar um caminhão hidráulico para fechar e abrir as comportas nos períodos de chuva.

 

Houve episódios em a Polícia Federal chegou a ser acionada para garantir a operação da estrutura e segurança das equipes no local, em virtude do conflito com a comunidade indígena.

 

Em junho deste, David Busarello, secretário de Defesa Civil de Santa Catarina, órgão responsável por operar a barragem, disse que o governo federal deveria ter feito o estudo de impacto ambiental, mas como isso não ocorreu, o governo do Estado começou o levantamento.

 

Fonte: Talita Catie / Jornal de Santa Catarina / NSC Total
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