‘É se erguer de novo e levar a vida’, diz moradora de Rio do Sul, ao deixar abrigo

“É se erguer de novo porque a gente, bem dizer, perdeu tudo. Daí é se erguer de novo e levar a vida para a frente”, diz a dona de casa Laci Ribeiro. A família dela foi uma das últimas a deixar o maior abrigo montado em Rio do Sul. Segundo ela, sua residência sempre alaga.

“A casa que a gente mora não tem condições, a gente só vai porque não tem pra onde ir mesmo, se não a gente não ia mais pra lá. Toda enchente que teve, eu passei”, afirma.

Alguns voluntários ajudaram a tornar o domingo de reconstrução um pouco menos difícil para as famílias atingidas. Artur André, por exemplo, passou parte do dia ajudando a organizar a mudança de Laci.

“A gente viu a necessidade e o povo se uniu. Estou dando uma força para eles, para motivação, a gente se sente bem fazendo isso”, diz André.

Nas cinco escolas que serviram de abrigo durante a cheia também contou com voluntários no fim de semana. Um dos centro de educação infantil, por exemplo, recebeu 55 pessoas. Todos eles voltaram para casa no sábado de noite. No domingo de manhã um grupo de voluntários limpou e organizou tudo para que a rotina da escola voltasse ao normal para receber os alunos nesta segunda-feira (12).

Segundo o prefeitura de Rio do Sul, um plano deve ser feito em parceria com a população para estabelecer algumas das ações para enfrentar períodos de cheias.

“O trabalho junto à Defesa Civil não para. Temos agora a missão de realizar 22 audiências públicas e consolidar o plano operacional padrão desse processo de enchente para que a gente tenha, além de um plano de trabalho definido, toda uma perspectiva de médio e longo prazo para atendimentos a essas famílias que estão em vulnerabilidade de enchente”, afirma o prefeito José Thomé.

Dos 25 bairros de Rio do Sul, 18 foram afetados. De acordo com a prefeitura,16 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas. Muitas delas foram para casas de amigos ou parentes e quase 1,3 mil pessoas ficaram nos 12 abrigos espalhados pela cidade.

Pelo último boletim da Defesa Civil, de 26 maio até a última sexta-feira (9), 103 municípios registraram ocorrências no estado, quatro deles oficializaram decreto de emergência.

Foram contabilizados no período 21.631 desalojados, em casa de parentes e amigos, e 2.338 desabrigados, em abrigos públicos. A Defesa Civil ainda contabiliza 31.853 pessoas afetadas.