Rui Car
08/07/2020 13h49

Em meio ao rastro de destruição do ‘ciclone bomba’, SC volta a registrar chuva com enxurradas e desabrigados

Segundo a Defesa Civil, ainda segue o levantamento dos prejuízos causados pelo fenômeno anterior que atingiu mais de 230 municípios

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Fonte: G1 SC

Fonte: G1 SC

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Santa Catarina segue no levantamento dos prejuízos causados pelo “ciclone bomba”, que afetou mais de 230 municípios catarinenses e causou prejuízos públicos que chegam a quase R$ 500 milhões, e nesta quarta-feira (8) enfrenta mais danos causados pela chuva volumosa e enxurradas principalmente na região Sul.

 

“Praia Grande, Timbé do Sul, toda a região do Extremo Sul foi atingida com essa enxurrada severa. São Joaquim também foi afetada com a chuva. Equipes estão lá trabalhando e há risco de deslizamento. Pedimos cuidado para as pessoas destas regiões”, afirma o secretário estadual da Defesa Civil, João Batista Cordeiro Júnior, em entrevista.

 

Segundo a Defesa Civil, na cidade de Praia Grande foram registrados mais de 250 milímetros de chuva durante a madrugada, que deixou pelo menos 68 pessoas desabrigadas.

 

O Corpo de Bombeiros e equipes da prefeitura de Praia Grande realizaram o resgate das pessoas que tiveram as casas alagadas. Elas foram encaminhadas para um abrigo provisório instalado no ginásio municipal. A maioria reside no bairro 1° de Maio, que foi atingido pelo extravasamento do Rio Mampituba.

 

Na terça-feira (7), quatro trabalhadores ficaram ilhados em Timbé do Sul, e precisaram ser resgatados pelo helicóptero dos bombeiros. A chuva na região aumentou rapidamente o nível do Rio Amola Faca, onde estavam as vítimas. Ninguém ficou ferido.

 
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Reconstrução e prejuízos

 
Imóveis foram destruídos pela força do 'ciclone bomba' em toda Santa Catarina — Foto: NSC TV/Reprodução

Imóveis foram destruídos pela força do ‘ciclone bomba’ em toda Santa Catarina — Foto: NSC TV/Reprodução

 

Danos e prejuízos registrados no Sistema do Ministério da Integração Regional ultrapassam R$ 427 milhões, é R$ 150 milhões a mais que o anunciado no dia anterior pela Defesa Civil estadual. A agricultura foi a área mais afetada com perdas avaliadas em mais de R$ 223 milhões. Outro setor que também foi bastante afetado foi o de geração e distribuição de energia elétrica que já soma mais de R$ 59 milhões em prejuízos.

 

O fenômeno resultou na morte de 13 pessoas, sendo 11 delas em Santa Catarina, uma no Paraná e uma no Rio Grande do Sul. Há ainda duas pessoas que morreram enquanto trabalhavam arrumando casas: uma em Garuva e outra em Piçarras, no Norte catarinense.

 

De acordo com a Defesa Civil foram liberados 91,8 mil itens de assistência humanitária no valor de R$ 1,84 milhão. Cordeiro Júnior afirmou que inicialmente a preocupação concentra em oferecer os itens de assistência humanitária e realizar pregões de registro de preço que possibilitam uma resposta rápida aos desastres.

 

“Estamos com dias bem duros de trabalho, ontem a noite estava acompanhando a questão da entrega de telhas para a cidade de Governador Celso Ramos, que tinha solicitado no dia anterior. Então em menos de 24 horas fizemos a entrega dos itens, assim como em muitos outros municípios. Todos os municípios que solicitaram kits de assistência humanitária já receberam. Nosso ‘delay‘ é de 24 horas. As entregas estão acontecendo”, afirma.

 

Entrega de telhas em Garuva — Foto: DCSC/Divulgação

Entrega de telhas em Garuva — Foto: DCSC/Divulgação

 

O secretário explica que em Garuva, um dos municípios mais afetados pelo fenômeno no Norte catarinense, ocorreu quatro entregas. “As prefeituras estão agora na questão da reconstrução. Nós tivemos uma resposta muito rápida das nossas equipes e do governo federal”, disse. Para o município, já foram destinados 26.077 itens, dentre eles 23.322 telhas.

 

Desde então, foram garantidos recursos do governo federal para o estado, até mesmo com a visita do presidente Jair Bolsonaro, que sobrevoou a Grande Florianópolis no sábado (4).

 

Na terça-feira (7), foram liberados R$ 30 milhões pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para a recuperação.

 

“O governo federal deixou um link direto das prefeituras com o governo federal, com duas salas para reuniões e as prefeituras já estão fazendo isso. A palavra do secretário Lucas [secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves] é de que todos os municípios encaminhem seus pedidos principalmente as maiores prioridades, que o governo federal neste momento tem recurso para a reconstrução e vai atender os nossos pleitos. Nós não temos um limite de valor, não há um limite do que a União vai repassar”, explica.

 

Entre os produtos já entregues pela Defesa Civil estão 69.643 telhas de fibrocimento, 6.476 cumeeiras, cestas básicas, colchões de casal e solteiro, kit de acomodação, de higiene pessoal, parafusos e pregos para telhas.

 

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