Foto: Divulgação
A Barragem Sul, em Ituporanga, encontra-se em manutenção, não podendo ser operada por conta de obras que precisam ser realizadas. Portanto, não serão realizadas contenções por parte do Estado na Barragem.
O fato trouxe preocupação aos moradores do Alto Vale e foi abordado em nota emitida pela Defesa Civil de Aurora nesta terça-feira (03).
Com as chuvas ocorridas nos últimos dias, bem como com as previsões de continuidade destas, a Defesa Civil alertou a população, principalmente as que encontram-se próximas aos rios no município, em especial o Rio Itajaí do Sul, que mantenham-se atentos ao nível do rio, que vem subindo constantemente.
NO MOMENTO, O MUNICÍPIO ENCONTRA-SE EM ESTADO DE OBSERVAÇÃO.
As áreas mais baixas do município podem sofrer alagamentos, portanto, atentem-se ao nível do rio.
O órgão está atento à situação e acompanhando o progresso da situação. Todos os avisos e informações serão colocados à disposição da população através das redes sociais.
Obras na Barragem Sul
Uma inspeção realizada em fevereiro mostrou que comportas estão com problemas de vedação. A obra deve impactar no combate às cheias se ocorrer uma eventual enchente na região enquanto o serviço não for concluído, porém, neste instante, a estrutura está inoperante. O Governo do Estado informou em março que pretendia terminar os trabalhos antes do período chuvoso. Fato que infelizmente não aconteceu.
A estrutura tem cinco comportas, que servem para controlar a vazão da água da chuva retida no reservatório. Duas delas estão com falhas no isolamento, mas a Defesa Civil decidiu por precaução recuperar todas, para mantê-las no mesmo nível de segurança, explica o chefe da pasta, David Busarello.
Mas se houver enchente?
Numa eventual enchente no Vale do Itajaí durante estes dias de chuva, apenas uma das três barragens na região estará operando. Com a estrutura de José Boiteux inativa desde 2014 — por impasses que envolvem o governo e a comunidade indígena —, a tarefa de reter o maior volume de chuva possível ficará com a barragem de Taió – que tem menor capacidade de armazenamento, com reservatório para 99,6 hectometros cúbidos — o equivalente a 99,6 bilhões de litros. Isso representa o consumo de água de Blumenau num período de quatro anos, considerando o registro de fevereiro do Samae.
A Defesa Civil de Santa Catarina chegou a mudar o plano de ativação das comportas caso ocorra uma inundação. Via de regra, as sete comportas da barragem de Taió começam a ser operadas quando o nível do rio na cidade de Rio do Sul atinge a marca de 4,5 metros. Com a estrutura de Ituporanga comprometida, essa manobra deve ter início a partir dos 3,7 metros.
“A partir de agora, qualquer incidência de chuva maior, a gente acaba retendo um pouco mais de água em Taió, para compensar essa fluidez da água de Ituporanga. Essas duas barragens atuam em conjunto“, explica o secretário.
Busarello acredita que dará tempo de toda a obra ficar pronta antes do período de chuva intensa, apontado por ele como entre setembro e outubro. Nas últimas 10 enchentes que ocorreram no Alto Vale do Itajaí, apenas três aconteceram fora desses dois meses.
O secretário frisa que no ano passado a estrutura de Ituporanga foi manobrada duas vezes. Ressalta ainda tratar-se de uma barragem com quase 50 anos e que, como consequência, precisa de reparos.
Não é o melhor cenário
Ainda em março, antes das obras iniciarem, Ademar Cordeiro, hidrólogo com longa experiência no Centro de Operações do Sistema de Alerta da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu (Ceops), disse que num eventual aumento de chuvas, o melhor cenário seria ter a barragem apta para funcionar 100%. Um exemplo disso é o episódio do início do ano, quando a barragem de Taió teve comportas fechadas após uma chuva de 80 milímetros no Vale do Itajaí que elevou o nível dos rios.
Ainda assim, o especialista destaca que a barragem de Ituporanga não perde função em virtude do problema com as comportas. Isso porque o reservatório segue atuando como um funil de segurança que retém um volume importante de água.
Já Busarello admite que obras em barragens provocam certo receio, mas aponta que é algo necessário quando se pensa a longo prazo.
“Claro que qualquer intervenção que se faz nas barragens causa certo temor na comunidade, mas é um trabalho necessário para trazer toda a segurança que se precisa“, frisa o chefe da Defesa Civil estadual.
O governo do Estado diz que a reforma das comportas estava no radar, mas não para agora. Mesmo assim, Busarello garante que não vai faltar o recurso de aproximadamente R$ 1,5 milhão, segundo estimativa prévia do secretário.
Ele pontua que paralelamente à situação das comportas, a Defesa Civil começou o processo para executar a dragagem de toda a barragem e a troca das grandes nas entradas das comportas, com investimento de R$ 3,2 milhões.
Boletim – 03/05/2022 – Dados Registrados às 13h
Nível do Rio Itajaí do Sul: 1,69m
Nível de Criticidade: ATENÇÃO
Barragem Sul (Ituporanga)
* Montante: 14,60m (IBGE: ) 384,60 m
* Jusante: 1,45m
* Lâmina vertedouro : 0,0
* Comportas abertas: 5
* Comportas fechadas: 0
* Canal extravasor Fechado 0.0cm Lâmina d água
*Tempo: chuva
* Pluviometria: 0.00mm
* Reservatório: 5,9 %
Barragem Oeste (Taió)
* Montante: 8,60 m
(IBGE): 347,60 m
* Jusante: 4,30 m
* Comportas abertas:0
* Comportas fechadas:7
* Canal extravasor Fechado. 0.0 cm Lâmina d água.
*Tempo: chuva
* Pluviometria : 0.00 mm
* Reservatório: 3.7%
Barragem Norte:(José Boiteux) 13 hs
*Montante: 7,25m
(IBGE) 263,25 m
*Comportas abertas : 2
*Comportas fechadas : 0
* Tempo: chuva
*Pluviometria: 0.00 mm
*Reservatório : 2 %
Fonte: Talita Catie / Jornal de Santa Catarina / NSC Total
Defesa Civil de Aurora / Rádio Educadora 90,3 FM
