Depois das enchentes que atingiram Santa Catarina em 1983 e 1984, foram construídas três grandes barragens para proteger a região do Vale do Itajaí. Em períodos de chuva, como o dos últimos dias, muitos se questionam qual o papel das barragens, já que as cheias continuam afetando o estado, como mostrou o RBS Notícias.
Em época de seca, as comportas das barragens ficam abertas e a água que chega segue rio abaixo. As barragens são usadas apenas quando há previsão de muita chuva. Neste caso, a água que chega é represada para que quando o sol voltar e o rio estiver mais baixo, possa ser liberada aos poucos, para evitar inundações.
Volume superior ao esperado
Em alguns casos, quando a chuva é muito intensa, o reservatório transborda, como aconteceu nesta segunda-feira (5) com a barragem de Ituporanga.
“O volume de água que choveu até agora e o volume de água projetado para chover é similar ao volume de chuvas ocorrido em junho de 1983, só que em um tempo menor. Isso mostra que o equipamento sobrelevado tem um tempo de gestão maior e, obviamente, melhora todo gerenciamento da crise abaixo da barragem”, disse o secretário de estado de Defesa Civil Rodrigo Moratelli.
Ampliação estrutural
As barragens de Ituporanga e Taió acabam de ser ampliadas, ganharam dois metros a mais de altura, o que aumentou em 20% a capacidade dos reservatórios.
Rio do Sul é uma das cidades mais afetadas pela cheia, porque no município, o Rio Itajaí d´Oeste se encontra com o Rio Itajaí do Sul para formar o Rio Itajaí-Açu. Como este não é muito largo, rapidamente invade ruas e casas.
Monitoramento
Em 16 horas, a água que inunda Rio do Sul chega também a Blumenau. Nesta segunda-feira, ao meio-dia, as duas comportas da barragem de José Boiteux, a maior da região, foram fechadas. Enquanto isso, a Defesa Civil acompanha as 15 estações que monitoram a chuva e o nível dos rios do Vale do Itajaí, mas reconhece que a estrutura é menor do que a necessária para diminuir as áreas inundadas.
“Ela é um controle mecânico do rio. Com o fechamento, ela acelera o represamento e melhora, derrubando o volume de água que desce do rio Hercílio e, por conseguinte, caindo as cotas inundação em Blumenau e assim abaixo”, explicou Moratelli.