As enchentes em série que castigaram o Vale do Itajaí entre outubro e novembro do ano passado deixaram um rastro de destruição e prejuízos bilionários para a economia de região. Os impactos das cheias foram mensurados pelo Comitê das Águas, criado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) em resposta à urgente necessidade de enfrentar esse tipo de fenômeno climático.
Segundo um relatório produzido pela entidade, as chuvas daquele período provocaram danos materiais de R$ 1,6 bilhão. Na iniciativa privada, o agronegócio perdeu R$ 5,8 bilhões, o comércio teve prejuízo de R$ 804,5 milhões e a indústria acumulou um rombo de R$ 536 milhões. O documento foi entregue pela Associação Empresarial de Blumenau (Acib) ao governador Jorginho Mello (PL) na terça-feira (2).
“Os impactos estimados são motivo de preocupação para a economia catarinense. As regionais Vale do Itajaí e Alto Vale são importantes atores na geração de riqueza do Estado, representando 30% do PIB catarinense, o equivalente a R$ 129 bilhões. As regiões também possuem papel fundamental para a receita governamental, representando 14% da arrecadação do ICMS de Santa Catarina, o equivalente a R$ 9 bilhões”, cita um trecho do material, ao qual a coluna teve acesso.
O ofício entregue ao governador também menciona que as enchentes atingiram 49 cidades da região e acabaram com 638 casas, destruíram 323 obras públicas e danificaram 336 instalações públicas. Cerca de 93 mil pessoas ficaram desalojadas e outras 10,4 mil, desabrigadas. Houve o registro de nove mortes e 223 feridos. Os dados foram extraídos do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres e de prejuízos que tiveram reconhecimento federal de emergência.
O comitê elenca ainda quatro demandas cruciais (veja abaixo) que, segundo o grupo, “requerem a atenção imediata das autoridades competentes”.
“Os prejuízos não são só econômicos, mas também psicológicos”, diz a presidente da Acib, Christiane Buerger.
No mesmo dia em que entregou o documento a Jorginho, a Acib recebeu também o coronel Fabiano de Souza, secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil. Ele fez uma breve apresentação sobre ações do governo do Estado para mitigação e prevenção a desastres naturais. Mas ficou de voltar à associação para aprofundar a situação da região. Uma agenda com o secretário já está sendo articulada.