Rui Car
20/05/2022 15h45

Ex-governador de SC, Colombo Salles completa 96 anos

Nome do político foi utilizado para batizar ponte em Florianópolis

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Foto: Arquivo / Solon Soares / Agência AL

Foto: Arquivo / Solon Soares / Agência AL

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O ex-governador de Santa Catarina entre 1971 e 1975, Colombo Salles, completa nesta sexta-feira (20), 96 anos. Desde 1975 o nome dele também batiza a segunda ligação feita entre a ilha e o continente de Florianópolis.

 

Quem pensa hoje e não age já perdeu o amanhã”, afirma Salles, ao parafrasear uma das frases mais famosas da sua gestão. “Eu sempre fiz aquilo que a população desejasse que fosse feito. Tentei fazer. Evidentemente não fiz tudo o que era preciso e necessário para o desenvolvimento de Santa Catarina”, conta o ex-governador.

 

Além da ponte, ele fez obras que estenderam a capital catarinense para diversas direções. Foi responsável pelo acesso do aeroporto ao Sul da Ilha, a rodovia SC-404, que leva ao Leste, e a SC 401, ao Norte.

 

A cidade era concentrada em torno da Felipe Schmidt [Centro]. E para ir para Canasvieiras era um trabalho, né? Então eu comecei a fazer uma ligação do Centro da cidade com a região litorânea”, conta Salles.

 

“Prefeitão de Florianópolis”

 

O então chefe de gabinete de Salles, José Carlos Pacheco, uma das pessoas mais próximas do político, lembra que eles chegavam a trabalhar até 15 horas por dia. “Ele acordava cedo e ia visitar as obras. Trabalhar com o doutor Colombo era com uma igualdade de gentileza, educação, ouvindo. Ele conhecia seus amigos, seus funcionários por nome, sobrenome e apelido”, diz Pacheco.

 

Pacheco também confidencia que o próprio governador ganhou um apelido. “Ele teve o apelido, não só o título de cidadão florianopolitano, mas tinha o apelido de prefeitão de Florianópolis”, diz o ex-chefe de gabinete.

 

Outra obra feita por Salles foi o aterro da capital.  “Aquele material que estava sendo dragado estava jogando fora, daí eu desviei a tubulação de descarga e fiz o aterro. Eu fiz com o objetivo de reduzir o preço da construção da ponte e fui muito criticado na época, porque os florianopolitanos diziam que eu estava afastando a cidade do mar”, lembrou Salles.

 

Rotina

 

Muitas lembranças estão guardadas na casa de Salles em Florianópolis, organizada pela mulher Deise. Da época de governador, restam muitas homenagens e diplomas que estão espalhados pelas paredes e prateleiras do escritório, onde Salles passa boa parte do tempo.

 

Atualmente, mais de 100 mil veículos atravessam a ponte que leva o seu nome.

 

Histórico de vida

 

Colombo Machado Salles – 1971 a 1975

Foto: Divulgação

 

Nascido em 20 de maio de 1926, no município de Laguna, filho de Calistrato Muller Salles e Bertha Machado Salles. Formado em Engenharia Civil na Universidade do Paraná, dois anos depois, foi nomeado superintendente da Administração do Porto de Laguna.

 

Em 1955 foi engenheiro fiscal da construção da linha de transmissão elétrica do Sul do Estado, sendo, no ano seguinte, engenheiro do quadro do Ministério da Viação e obras Públicas e chefe do 17º Distritos de Portos, Rio e Canais, abrangendo toda a costa catarinense.

 

Transferindo-se para o Rio de Janeiro, Colombo Salles foi representante do Ministério da Viação e Obras Públicas no Conselho do Trabalho Marítimo, em 1962,e, no ano seguinte, chefe do Gabinete da Administração do Porto do Rio de Janeiro e chefe do 18º Distrito dos Portos e Vias Navegáveis.

 

Em Brasília, onde se instalou a seguir, foi chefe de gabinete do prefeito e, em 1964, secretário do Governo da Capital, Secretário de Serviços Sociais, Secretário de Finanças e Secretário de Educação e Cultura. Foi membro do Conselho de Representantes da Companhia Urbanizadora da Nova Capital, presidente da Fundação Cultural e presidente da Fundação Educacional.

 

No planalto, foi professor da Faculdade de Engenharia da Universidade de Goiás e da Universidade de Brasília, além de ter sido também diretor do Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis.

 

Voltando a Santa Catarina, foi Secretário Executivo do Plameg (Plano de Metas do Governo) durante a administração de Ivo Silveira, a quem sucedeu, tomando posse em 15 de março de 1971. Ocupou cargo até 15 de março de 1975, quando entregou a administração a Antônio Carlos Konder Reis. Seu governo fundamentou-se no Projeto Catarinense de Desenvolvimento, depois transformado em Ação Catarinense de Desenvolvimento.

 

Na época, o processo de eleição para o governador era indireto e a escolha se processava entre a direção nacional do partido, a Arena  e o Presidente da República.

 

A performance na área econômica foi altamente estimulada pelos investimentos realizados na infraestrutura econômica, destacando-se no setor de telecomunicações.

 

No setor energético, houve um aumento de 135% no consumo global de energia, nos quatro anos; aumento do consumo de energia industrial , de 23% ao ano, em média, no período; 93% do território catarinense foi atendido pela Celesc, mais 95 mil novos consumidores foram atendidos.

 

No setor de saneamento, o governo criou a Casan e o Fundo de Água e Saneamento, e o Estado passou a integrar o Plano Nacional de Saneamento. O problema de água foi equacionado para 119 cidades e 28 delas já dispunham de serviço de abastecimento concluído ou em vias de conclusão.

 

Na área do transporte, é possível destacar em obras em implantação, que foram concluídos 606 quilômetros e estavam em construção 378 quilômetros; em obras de pavimentação, foram concluídos 276 quilômetros e se encontravam em execução 294 quilômetros; foram construídas 83 pontes e 38 estavam sendo terminadas, além da ligação ilha-continente.

 

Na área da saúde, se destacam as 24 unidades sanitárias que foram construídas e instalados, reequipados 32 laboratórios e 41 serviços odontológicos; 16 ambulatórios de saúde mental implantados e 34 milhões de unidades de medicamentos básicos para distribuição às unidades de saúde.

 

Fonte: Diário Catarinense / NSC Total / G1 SC / Governo de SC / Rádio Educadora 90,3 FM
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