A falha no campo magnético sobre Santa Catarina passou por novas alterações no seu tamanho e sentido que se movimenta, revela estudo da Noaa (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos).
De acordo com o relatório divulgado em dezembro, realizado através de dados coletados pelos satélites Swarm da ESA (Agência Espacial Europeia), a chamada Anomalia do Atlântico Sul, onde a intensidade do campo geomagnético é menor, aumentou em cerca de 50 nT ao nível do mar.
Além disso, se moveu para o Oeste, resultando em um deslocamento de cerca de 50 quilômetros ao nível do mar em direção à América do Sul.
No entanto, conforme a Noaa as mudanças no campo magnético da Terra permaneceram pequenas nos últimos dois anos.
Por outro lado, o polo magnético Norte moveu-se em uma velocidade média de 44lm/ano e sem qualquer mudança perceptível de direção. No entanto, resultaram em pequenas alterações na forma e localização das zonas de blecaute WMM (Word Magnetic Model), onde a precisão da bússola é menor.
Entenda a falha no campo magnético sobre SC
A imagem da falha no campo magnético no Sul e Sudeste do Brasil, especialmente acima de Santa Catarina, chamou atenção e gerou mistério em outubro deste ano.
Na ocasião, o professor de astrofísica da Ufsc (Universidade Federal de Santa Catarina), Alexandre Zabot, explicou que o campo magnético é importante para a proteção da Terra, “especialmente de partículas carregadas que vem do sol”.
O campo magnético é gerado devido o movimento e alta temperatura do magma. Como resultado, ocorre a liberação de elétrons e gera o campo magnético.
“A Terra tem esse campo magnético que vai pelo espaço e acaba aprisionando partículas carregadas de radiação e geradas pelo sol. Carregadas pelo vento solar, essas elas [partículas] ficam presas no campo magnético, gerando cinturões de partículas, chamado de Cinturão de Van Allen”, complementa.
Apesar da “falha” localizar-se acima de Santa Catarina, Alexandre Zabot confirma que a radiação não acarreta problemas para o cotidiano do catarinense.
“Embora nos deixe expostos, é uma intensidade muito baixa e a atmosfera absorve essas partículas. A maior preocupação fica na questão espacial”, destaca.
Problemas em satélites
O campo magnético auxilia na sustentação dos satélites, um dos grandes responsáveis pelo funcionamento de internet e telefonia, que orbitam pela Terra. No entanto, ao passarem pela região da Amas, elas podem apresentar problemas.
“Os satélites como, por exemplo, o telescópio espacial Hubble pode ser desligado ao passar perto por conta da exposição. Assim como a passagem pela área provoca insegurança e é necessário uma série de cuidados para uma estação espacial”, ressalta o professor.
Ainda de acordo com o professor Alexandre Zabot, a anomalia do Atlântico Sul sofre mudanças com o tempo por conta de mudanças na terra, ou seja, por conta do magma, a atuação do Cinturão de Van Allen e mudanças no sol.
“Sempre estará acima Santa Catarina, mas com variações ao longo do tempo e de séculos”, finaliza o engenheiro.
Fonte: ND+