Rui Car
12/05/2022 23h00 - Atualizado em 13/05/2022 10h23

Falsa médica é desmascarada no Hospital de Pouso Redondo e confusão vai parar na Interpol

Estrangeira apresentou documento falso ao começar emprego na unidade hospitalar

Assistência Familiar Alto Vale
Foto: Arquivo / Divulgação

Foto: Arquivo / Divulgação

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Pontos cirúrgicos malfeitos fizeram o Hospital de Pouso Redondo, desmascarar uma falsa médica. O documento apresentado por ela era forjado e, por ser estrangeira, a Polícia Civil chegou a precisar do apoio da Interpol para entender o caso. A mulher foi presa em flagrante, mas liberada após pagamento de fiança.

 

Paraguaia, a suposta médica de 34 anos chegou ao Hospital Comunitário Annegret Neitzke na última sexta-feira (06) como profissional itinerante. O gerente da unidade, Wilton Pinto, conta que ela disse à administração ter esquecido no Paraguai o diploma, mas apresentou a carteirinha do Conselho Federal de Medicina. Enquanto Wilton analisava os documentos, a recém-chegada foi conhecer o sistema e outros detalhes da rotina com um médico do local. 

 

Ele pediu que ela fizesse o atendimento a um paciente com corte na mão, mas a mulher sequer soube fazer os pontos. Ao perceber o desconhecimento, o profissional fez algumas perguntas básicas de medicina à colega, que não soube responder. Ao mesmo tempo, lembra Wilton, o gerente identificou que a carteirinha era falsa. Os dados foram editados sobre uma imagem da internet. A Polícia Militar foi acionada e a levou à delegacia.

 

Suposta médica não soube fazer pontos em uma mão cortada

Foto: Arquivo / NSC Total

 

Ao delegado de Taió, Diones de Freitas, a suposta médica sustentou a história de que houve algum erro no documento, que teria tirado em 2019, e que é formada na Espanha, já que possui dupla nacionalidade. Disse que estava no litoral catarinense e fez amizade com uma moradora de Pouso Redondo, que foi quem a recebeu na última semana. Chegando ao município, decidiu procurar emprego no hospital.

 

Ela provavelmente achou que analisaríamos apenas a carteirinha e não apresentou os outros documentos necessários. Não deixei ela ir embora porque poderia ir para uma cidade menor e fazer a mesma coisa“, diz Wilton. 

 

Freitas pediu apoio à Interpol, que checou a data de vinda dela ao Brasil, em abril deste ano. Agora, o delegado deve fazer um pedido formal à polícia criminal internacional para descobrir se ela realmente é formada em Medicina e a situação imigratória. A mulher contou ter trabalhado em Foz do Iguaçu em 2019, mas nenhuma unidade de saúde de lá confirmou isso.

 

Com o episódio no hospital, a mulher foi indiciada por estelionato, por ter induzido o hospital a acreditar no falso documento para conseguir obter vantagem — um emprego remunerado. A amiga pagou a fiança de R$ 1.000, a suspeita foi liberada e pegou o primeiro ônibus para deixar Pouso Redondo. 

 

Confira a nota emita pelo hospital:

 

 

Por: Bianca Bertoli / Jornal de Santa Catarina / NSC Total


 

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