Rui Car
02/01/2017 17h45 - Atualizado em 02/01/2017 15h39

Família de gaúcha morta havia se mudado pra SC para fugir da violência

Turista morreu após ser baleada ao entrar por engano em comunidade

Assistência Familiar Alto Vale
G1 SC

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Delta Ativa

A família da turista gaúcha que morreu em Florianópolis depois levar um tiro ao entrar na comunidade Papaquara por engano no domingo (1) havia se mudado há menos de uma semana para Santa Catarina para fugir da violência no Rio Grande do Sul, como mostrou o Jornal do Almoço desta segunda-feira (2).

 

“Toda família se mudou para lá, a irmã dela, sobrinho, a nossa afilhada, pai e mãe dela para fugir dessa violência que assola o nosso estado, considerando que Santa Catarina tem uma das capitais com o menor índice de criminalidade. Quatro dias depois, minha esposa voltou dentro de um caixão”, contou o marido da vítima, Felipe Augusto Soares.

 

O cunhado da professora de ioga Daniela de Oliveira Soares, de 38 anos, que estava em outro carro e ia para o mesmo local, foi por outra rua.

 

“Meu cunhado [marido da Daniela] saiu e colocou o aplicativo, eu não vi, pensei que ele iria mais adiante para fazer o contorno. Eu fiz o contorno com o meu carro e voltei pelo mesmo trajeto pelo qual tinha vindo. Na metade do caminho foram nos avisar que tinha dado um problema. Quando chegamos lá, minha cunhada tinha sido baleada”, conta Rodrigo Fernandes, que é casado com a irmã de Daniela.

 

Daniela Soares foi morta ao entrar em local perigoso ao seguir GPS. (Foto: Reprodução/RBS TV)Daniela Soares foi morta ao entrar em comunidade
por engano (Foto: Reprodução/RBS TV)

 

Investigação
Conforme a Polícia Militar, o marido da vítima relatou que ela chegou a comentar que viu dois homens com bebidas nas mãos e um com uma pistola em punho. Ao dar a volta na Tucson que dirigia, Felipe ouviu o estampido de um tiro e Daniela caiu sobre o colo dele.

 

A vítima estava no banco do carona e foi atingida por um tiro na cabeça. O tenente coronel Sinval da Silveira Júnior declarou que, embora tenha vários pontos considerados tranquilos, a comunidade do Papaquara é formada por bolsões de vulnerabilidade social, dominados pelo tráfico.

 

“O local enfrenta problemas com traficantes, mas estamos realizando operações para resolver o problema”, explicou. O delegado de homicídios, que investiga o caso, Enio Matos informou que tem suspeitos do crime e que aguarda outras informações.

 

“Os moradores não costumam falar, temem represálias de traficantes, mas sabemos que entre as intenções dos criminosos ao atirar no carro tenha sido dizer que mandam no lugar. Ainda há muito trabalho pela frente”, comentou.

 

Planos
Rodrigo e Daniela haviam planejado voltar nesta segunda (2) para casa. Eles estavam juntos há três anos e meio e se casaram há nove meses. Eles planejavam ter filhos ainda este ano.

 

“Levei quase 40 anos para encontrar essa pessoa. Ela era irretocável, eu não mudaria nada”, declarou Felipe. Daniela foi enterrada no fim da manhã desta segunda em São Leopoldo (RS).

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