O inquérito que investigou o furto do corpo do mestre de barcos João da Silva, conhecido como João Sonheiro, do cemitério de Penha, no Litoral Norte, foi concluído pela Polícia Civil no fim de março. O genro dele foi indiciado pelo crime. As investigações apontaram que a motivação foi o boato de que João havia colocado durante uma cirurgia um pino de ouro no ombro. O suspeito não foi preso e nega qualquer envolvimento com o furto.
Conforme o agente de polícia Allan Coelho, responsável pela delegacia, um andarilho que pernoitava em um igreja próxima ao cemitério relatou ter acordado com a movimentação durante a madrugada. “Ele reconheceu o genro do João e disse que o viu com mais gente no cemitério. A identidade dessas pessoas ainda precisa ser apurada”.
O coveiro do cemitério entrou em contato com um parente de João, que chamou a Polícia Militar e fez boletim de ocorrência na Polícia Civil em 27 de fevereiro.
O corpo foi achado no mesmo dia em em um mato às margens da rodovia Transbeto, próxima ao parque de diversões do município, que dá acesso à BR-101.
“Acho que o boato deve ter surgido de uma brincadeira entre João e o médico, na época, porque a necropsia do cadáver apontou que não era verdade. E mais, o perito que o analisou nos disse que o corpo humano rejeita o ouro, ele teria tido uma infecção, só a platina é aceita pela organismo”, explicou Coelho.
Segundo a família, ele passou por uma cirurgia há 14 anos, quando teria sido inserido o pino de ouro avaliado em R$ 20 mil. Durante a necrópsia, o Instituto Médico Legal (IML) verificou que o pino era de titânio.
João morreu aos 65 anos em 4 de janeiro. Mestre de barco, ele era conhecido na região e também tinha uma pousada. A reportagem do G1 entrou em contato com o Ministério Público para saber se foi oferecida denúncia, mas até a publicação desta notícia não obteve retorno.