Rui Car
15/12/2020 14h47

Governo de SC estima vacinar menos de 40% da população em 2021

Projeção inicial da Secretaria de Saúde para o ano que vem é imunizar grupos prioritários, que somam 2,8 milhões de pessoas no Estado

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Governo catarinense avalia ser possível vacinar inicialmente 4 grupos prioritários (Foto: Silvio Avila / AFP)

Governo catarinense avalia ser possível vacinar inicialmente 4 grupos prioritários (Foto: Silvio Avila / AFP)

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O governo de Santa Catarina trabalha com a estimativa inicial de vacinar cerca de 2,8 milhões de pessoas contra o Coronavírus em 2021, o que representa 38,6% da população do Estado, hoje em 7,2 milhões de habitantes. O número equivale ao total de pessoas que pertencem aos grupos prioritários detalhados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) no plano de vacinação estadual. O documento está pronto e será divulgado pela pasta nesta quarta-feira (16).

 

A estimativa foi adiantada à reportagem pela superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Raquel Ribeiro Bittencourt, em entrevista na manhã desta terça-feira (15). 

 

— Nós temos uma população estimada para vacinação em todas as fases (no ano que vem) de 2,8 milhões de pessoas. São as que pertencem aos grupos prioritários — declarou.

 

Segundo a superitendente, o plano ainda não prevê a vacinação do restante da população.

 

Ainda segundo ela, a secretaria também não trabalha com datas para o início da imunização pois não há no país vacinas aprovadas pela Anvisa. Pelo mesmo motivo, o plano de vacinação catarinense não citará vacinas específicas, informou.

 

De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, o plano de imunização estará alinhado ao que prevê o Ministério da Saúde. 

 

O documento do governo federal estima em cerca de 108 milhões as doses necessárias para a vacinação prioritária, que cobrem 51 milhões de brasileiros, menos de um quarto da população, hoje em 212 milhões de habitantes. 

 

O Ministério da Saúde tem afirmado que já garantiu 300 milhões de doses de vacinas Covid-19 para o país. Cada pessoa necessita de duas doses da vacina.

 

Grupos prioritários

 

Conforme Raquel Bittencourt, seguindo o que prevê a coordenação nacional, primeiro devem ser vacinados os trabalhadores da saúde, a população idosa a partir dos 75 anos de idade, as pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e a população indígena.

 

Na segunda fase, serão vacinadas as pessoas de 60 a 74 anos. Já a terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença, entre os quais portadores de doenças renais crônicas e cardiovasculares, entre outras. A quarta e última fase deve abranger professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional. A estimativa do governo catarinense é que as quatro fases de vacinação sejam concluídas em 2021.

 

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES também adiantou que Santa Catariana pretende utilizar as 1,8 mil salas de vacinação dos municípios para as campanhas, e que também estuda levar as doses a locais fora dos pontos de vacinação, para evitar o risco de contágio.

 

Governo inclui coronavac em ‘plano B’ para vacinação

 

O governo catarinense tem reafirmado que atuará alinhado ao Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, mas admite trabalhar com um “plano B” caso o número de doses disponibilizadas pelo governo federal seja insuficiente para vacinar os grupos prioritários. Nesta semana, a CoronaVac, desenvolvida pela fabricante chinesa Sinovac, entrou no radar do governo.

 

O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, e a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Raquel Ribeiro Bittencourt, participaram de reunião com representantes da empresa nesta terça. Segundo a SES, o governo trabalha com a possibilidade de comprar doses do imunizante diretamente da Sinovac.

 

— A gente está estimando que o Ministério da Saúde não vai ter condições de entregar para cada estado o quantitativo de vacinas necessário, então estamos trabalhando com opções para um ‘plano B’ — disse Raquel Bittencourt.

 

A tratativa, porém, ainda está em fase bastante inicial. Segundo Raquel, o governo catarinense solicitou informações técnicas aos representantes da Sinovac e aguardará a manifestação deles para avaliar a sequência da tratativa.


POR: GUILHERME SIMON / DIÁRIO CATARINENSE – NSC

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